domingo, 16 de setembro de 2012

XXIV DOMINGO DO TEMPO COMUM

DIA 16 DE SETEMBRO - DOMINGO

XXIV DOMINGO DO TEMPO COMUM
(VERDE, GLÓRIA, CREIO – IV SEMANA DO SALTÉRIO)

Antífona da entrada: Ouvi, Senhor, as preces do vosso servo e do vosso povo eleito: dai a paz àqueles que esperam em vós, para que os vossos profetas sejam verdadeiros (Eco 36,18).
Oração do dia
Ó Deus, criador de todas as coisas, volvei para nós o vosso olhar e, para sentirmos em nós a ação do vosso amor, fazei que vos sirvamos de todo o coração. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Isaías 50,5-9)
Leitura do livro do profeta Isaías.
50 5 O Senhor Deus abriu-me o ouvido e eu não relutei, não me esquivei.
6 Aos que me feriam, apresentei as espáduas, e as faces àqueles que me arrancavam a barba; não desviei o rosto dos ultrajes e dos escarros.
7 Mas o Senhor Deus vem em meu auxílio: eis por que não me senti desonrado; enrijeci meu rosto como uma pedra, convicto de não ser desapontado.
8 Aquele que me fará justiça aí está. Quem ousará atacar-me? Vamos medir-nos! Quem será meu adversário? Que se apresente!
9 O Senhor Deus vem em meu auxílio: quem ousaria condenar-me? Cairão em frangalhos como um manto velho; a traça os roerá.
Palavra do Senhor.
Reflexão Pessoal – 1ª. Leitura- Isaias 50, 5-9 – “ O Senhor é meu auxiliador”

Esta leitura prefigura para nós Jesus, o servo fiel, que se entregou por nós e assumiu o Plano de Salvação do Pai confiando que no final sairia vencedor. Essa figura serve de exemplo para nós que temos a tendência de fugirmos das tribulações, das afrontas, das perseguições e desejamos a todo custo “salvar” a nossa pele. Assim sendo podemos apreender quais são as atitudes do verdadeiro seguidor de Jesus Cristo que não foge das dificuldades nem das afrontas porque confia no auxílio do Senhor. Na nossa caminhada em busca da santidade precisamos ter em mente que Aquele que nos predestinou a uma vida santa tem poder para nos sustentar e nos levantar quando cairmos. Lutamos contra o pecado que é oriundo do mal e o que mais nos impede de chegarmos ao porto seguro da santidade.   No entanto, “o Senhor abre os nossos ouvidos” e nos fortalece a fim de que possamos prosseguir na luta contra o mal servindo na edificação do reino e de um mundo melhor. Ele é o nosso auxiliador ninguém poderá nos condenar. Com Ele poderemos enfrentar os desafios e encarara realidade dos fatos e dos acontecimentos. “Sim, o Senhor Deus é meu auxiliador: quem é que me vai condenar?  – Você costuma fugir das perseguições? – Você é daquelas pessoas que lutam pelo que é justo aos olhos de Deus desafiando mesmo a injustiça dos homens, ou você costuma acovardar-se e, “ir na onda” dos “mais fortes’?
Salmo responsorial 114/115
Andarei na presença de Deus,
junto a ele na terra dos vivos.

Eu amo o Senhor, porque ouve
o grito da minha oração.
Inclinou para mim seu ouvido
no dia em que eu o invoquei.

Prendiam-me a cordas da morte,
apertavam-me os laços do abismo;
invadiam-me angústias e tristeza.
Eu então invoquei o Senhor:
“Salvai, ó Senhor, minha vida!”

O Senhor é justiça e bondade,
nosso Deus é amor-compaixão.
É o Senhor quem defende os humildes:
eu estava oprimido, e salvou-me.

Libertou minha vida da morte,
enxugou de meus olhos o pranto
e livrou os meus pés do tropeço.
Andarei na presença de Deus,
junto a ele na terra dos vivos.
Salmo 114 – “Andarei na presença de Deus, junto a ele, na terra dos vivos.”

Todos nós que passamos pelos laços do abismo como diz o Salmo e invocamos o auxílio do Senhor somos testemunhas do Seu Amor por nós e não podemos deixar de louvá-Lo e exaltá-Lo. Enquanto estamos aqui na “terra dos vivos”,  andamos na presença do Senhor e cada segundo da nossa vida pertence a Ele.
Leitura (Tiago 2,14-18)
Leitura da carta de são Tiago.
2 14 De que aproveitará, irmãos, a alguém dizer que tem fé, se não tiver obras? Acaso esta fé poderá salvá-lo?
15 Se a um irmão ou a uma irmã faltarem roupas e o alimento cotidiano,
16 e algum de vós lhes disser: “Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos”, mas não lhes der o necessário para o corpo, de que lhes aproveitará?
17 Assim também a fé: se não tiver obras, é morta em si mesma.
18 Mas alguém dirá: “Tu tens fé, e eu tenho obras. Mostra-me a tua fé sem obras e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras”.
Palavra do Senhor.

2ª. Leitura – Tiago 2, 14-18 – “a fé se prova pelas obras”

Tiago abre os nossos olhos para percebermos que não nos bastam as palavras amigáveis, os incentivos, os discursos, nem mesmo a nossa oração, se não ela não nos leva a um amadurecimento nos nossos relacionamentos, na compreensão das implicações do amor que partilhamos ou não com os que precisam de nós. A fé se evidencia na vivência da caridade e se revela ao mundo por meio das nossas obras, do nosso comportamento diante das dificuldades, e principalmente, por meio do amor com que nós realizamos todas essas obras, Assim, ele nos adverte: “ a fé que não se traduz em obras, por si só está morta.”  Quando dizemos que cremos em Cristo nós assumimos compromisso com a Sua Palavra, com os Seus ensinamentos que pregam a misericórdia e a compaixão. A verdadeira fé, portanto, é traduzida por atos concretos de piedade,  por isso, precisamos observar se não estamos sendo incoerentes quando professamos a nossa fé em nosso Senhor Jesus Cristo e não vivenciamos o amor.  – Como você lida com estas duas realidades: Fé e obras? – Como você tem encarado a situação das pessoas necessitadas as quais você encontra? – Você tem a   consciência livre em relação a isso? – Você crê em Jesus Cristo e na Palavra que Ele deixou?
Evangelho (Marcos 8,27-35)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu de nada me glorio, a não ser da cruz de Cristo; vejo o mundo em cruz pregado e para o mundo em cruz me avisto (Gl 6,14).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
Naquele tempo, 8 27 Jesus saiu com os seus discípulos para as aldeias de Cesaréia de Filipe, e pelo caminho perguntou-lhes: “Quem dizem os homens que eu sou?”
28 Responderam-lhe os discípulos: “João Batista; outros, Elias; outros, um dos profetas”.
29 Então perguntou-lhes Jesus: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Respondeu Pedro: “Tu és o Cristo”.
30 E ordenou-lhes severamente que a ninguém dissessem nada a respeito dele.
31 E começou a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do homem padecesse muito, fosse rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos escribas, e fosse morto, mas ressuscitasse depois de três dias.
32 E falava-lhes abertamente dessas coisas. Pedro, tomando-o à parte, começou a repreendê-lo.
33 Mas, voltando-se ele, olhou para os seus discípulos e repreendeu a Pedro: “Afasta-te de mim, Satanás, porque teus sentimentos não são os de Deus, mas os dos homens”.
34 Em seguida, convocando a multidão juntamente com os seus discípulos, disse-lhes: “Se alguém me quer seguir, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.
35 Porque o que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas o que perder a sua vida por amor de mim e do Evangelho, salvá-la-á”.
Palavra da Salvação.
Evangelho – Marcos 8, 27-35 – “ assumir a Cruz”


Seguindo a linha da primeira leitura vimos no Evangelho como Jesus procurava absorver o pensamento dos apóstolos em relação a Ele para que compreendessem a Sua verdadeira missão aqui na terra. Porém, Pedro que a princípio, inspirado pelo Espírito, proclamara a divindade de Jesus, confundiu-se  não admitindo que Ele pudesse passar por provações. No mesmo instante Jesus rechaçou as suas ponderações e considerou-o um instrumento de satanás e não de Deus. Somos também como Pedro! Com a mesma boca com que proclamamos que Jesus é o Messias e o Senhor da nossa vida, também O negamos na hora em que precisamos assumir compromisso com a Sua Cruz e com o Seu projeto de salvação. Queremos salvar a nossa vida fazendo “corpo mole” diante dos encargos e desafios que o reino nos impõe quando Jesus nos pede qualquer coisa como tempo, dinheiro, pessoas, saúde… etc.  Diante de Jesus, nos momentos de adoração,  prometemos tudo, mas quando descemos o Tabor para enfrentar as provocações do mundo nós nos apavoramos e damos contra testemunho com ações covardes.  Essas nossas atitudes apenas comprovam que ainda não confiamos verdadeiramente na palavra de Jesus que nos assegura: “quem perder a sua vida por causa de mim e do evangelho vai salvá-la”.  – Você tem perdido alguma coisa por causa de Jesus e do Seu Evangelho? – Para você o que significa tomar a cruz para seguir Jesus? – Você tem sido convocado (a) para assumir algum encargo e está deixando o chamado de Deus passar? – Quando será a hora que você irá encarar o fato de que o tempo está passado e você não assume a sua cruz? 
Comentário ao Evangelho
TU ÉS O MESSIAS
A pessoa de Jesus não se enquadrava nas categorias da época e era interpretada de formas as mais variadas. Seu modo de ser austero e a maneira incisiva de sua pregação levavam alguns a confundi-lo com João Batista ou com Elias. Pensava-se que Jesus tivesse como que feito reviver em si estas figuras. A postura de Jesus era também identificada com as dos profetas do passado, cujas vidas pareciam servir-lhe de inspiração.
Jesus quis saber a opinião dos discípulos a seu respeito, por não estar bem seguro de como o consideravam. A resposta foi dada por Pedro, em nome do grupo, de maneira correta, e convenceu a Jesus. Ele, de fato, era o Messias.
Entretanto, o Mestre sentiu-se na obrigação de oferecer aos discípulos pistas para a correta compreensão de sua condição messiânica. Seu messianismo leva-lo-ia a confrontar-se com a rejeição das autoridades e com a morte violenta. Ele, no entanto, estava também destinado à ressurreição.
As expectativas em voga giravam em torno de um futuro Messias revestido de glória e poder. Os discípulos, pois, tiveram de fazer um esforço gigantesco para introduzir o sofrimento no messianismo do Mestre. Jamais se esperava um Messias sofredor, como Jesus se proclamava ser. Os discípulos viram-se, portanto, na obrigação de refazer seus esquemas.

Oração 
Senhor Jesus, faze-me compreender que escolheste o caminho da cruz e do sofrimento, para realizar a missão recebida do Pai.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Sobre as oferendas
Sede propício, ó Deus, às nossas súplicas e acolhei com bondade as oferendas dos vossos servos e servas, para que aproveite à salvação de todos o que cada um trouxe em vossa honra. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: Quão preciosa é, Senhor, vossa graça! Eis que os filhos dos homens se abrigam sob a sombra das asas de Deus (Sl 35,18).
Depois da comunhão
Ó Deus, que a ação da vossa eucaristia penetre todo o nosso ser para que não sejamos movidos por nossos impulsos, mas pela graça do vosso sacramento. Por Cristo, nosso Senhor.







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