domingo, 30 de dezembro de 2012

A Paróquia perfeita








A Paróquia perfeita

Conta-se que um jovem procurou, um dia, um eremita, isto é, uma dessas pessoas que vivem retiradas do mundo, isoladas, em meio a sacrifícios, orações e jejuns. Os eremitas não fogem do mundo para procurar Deus, mas levam o mundo em seus corações para, na oração, interceder por seus irmãos e irmãs que lutam, sofrem e procuram a vontade do Senhor. O jovem falou-lhe de sua decepção com a paróquia de sua cidade. Afinal, sonhara tanto com uma comunidade ideal, sem defeitos e sem problemas, e lá encontrara somente pessoas com imperfeições.
O experiente eremita levou-o, então, a um lugar não muito distante, onde havia uma capela, e perguntou-lhe: “O que você está vendo?” A resposta foi imediata: “Vejo uma velha capela de madeira, com algumas tábuas um tanto apodrecidas e a pintura toda desbotada!” “É verdade”, respondeu-lhe o eremita. “A capela é isso mesmo que você está falando. Veja, porém: nela habita Deus! O mesmo acontece com sua paróquia. Ela não é tão pura e perfeita como você deseja, porque é formada por seres humanos. Você também é um ser humano e, por isso, continuamente faz experiência das próprias limitações e pecados. Por sinal, mesmo que você encontrasse, um dia, uma paróquia perfeita, ela deixaria de ser perfeita tão logo você nela entrasse!”
Meu artigo poderia terminar por aqui, porque meus leitores já perceberam aonde quero chegar. Mas vou adiante, lembrando uma observação que a Igreja fez de si mesma, cinco décadas atrás. Os bispos do mundo inteiro estavam reunidos em Roma, participando do Concílio Ecumênico Vaticano II (“segundo” porque outro concílio ecumênico havia sido realizado antes no Vaticano, em 1870). A preocupação que dominava seus participantes pode ser sintetizada em uma pergunta: “Igreja, o que dizes de ti mesma?” A belíssima e profunda resposta que surgiu das orações e reflexões dos bispos pode ser lida no documento mais importante desse Concílio: “Lumen Gentium” (Luz das nações). Como desejo voltar à história narrada acima, destaco desse documento a parte que diz: “A Igreja cerca de amor todos os afligidos pela fraqueza humana, reconhece mesmo nos pobres e sofredores a imagem de seu Fundador pobre e sofredor. Faz o possível para mitigar-lhes a pobreza e neles procura servir a Cristo. Mas enquanto Cristo, ‘santo, inocente, imaculado’  (Hb 7,26) não conheceu o pecado (cf. 2Cor 5,21), mas veio para expiar os pecados do povo (cf. Hb 2,17), a Igreja, reunindo em seu próprio seio os pecadores, ao mesmo tempo santa e sempre na necessidade de se purificar, busca sem cessar a penitência e a renovação” (LG 8).
Não tenhamos, pois, ilusões: a comunidade perfeita existe, sim, mas na eternidade. Enquanto formos peregrinos nesta terra dos homens, viveremos em função de um desafio, de uma certeza e de uma utopia.
O desafio: deve orientar-nos a ordem dada por Cristo – isto é: “Sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito!” (Mt 5,48). Há muito que fazer, pois, para atingirmos a perfeição! A certeza: “Não vos deixarei órfãos!” (Jo 14,18). Se nossa luta em busca da santidade exige muito de nós, alegra-nos a certeza de que não estamos sozinhos nesse esforço. Jesus está muito mais interessado em nossa vitória (e em nossa santidade) do que nós mesmos. E ele vai nos ajudar!  A utopia: “Vi, então, um novo céu e uma nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra desapareceram e o mar já não existia. Eu vi descer do céu, de junto de Deus, a Cidade Santa, a nova Jerusalém, como uma esposa ornada para o esposo. Ao mesmo tempo, ouvi do trono uma grande voz que dizia: ‘Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens. Habitará com eles e serão o seu povo, e Deus mesmo estará com eles. Ele enxugará toda lágrima de seus olhos e já não haverá morte, nem luto, nem grito, nem dor, porque passou a primeira condição’ ”(Ap 21,1-4). Trabalhemos, portanto, para que nosso mundo (nossa paróquia, nossa família, nosso coração etc.) melhore; mas não nos iludamos: a perfeição só encontraremos quando Cristo for tudo em todos (cf. Cl 3,12).

Dom Murilo S.R. Krieger, scj


Ano Novo, sinal de esperança Por: Dom Eduardo Koaik

Um sinal de esperança resplandece para a humanidade ao festejar a entrada do novo ano. É o descortinar no horizonte da história, a proximidade de uma utopia realizável, anseio mais profundo do coração humano: a fraternidade, a justiça, a paz.

O que está por vir não pode ser chamado de destino ou fatalidade. Não é algo predeterminado, mas constrói-se na marcha inexorável do tempo. Não é o destino do homem que é inexorável, mas o tempo. Dentro dele, livremente, vamos ao encontro da felicidade. Ser livre não é, simplesmente, não depender de alguma coisa ou de alguém. Ser livre é depender de quem se ama. Ser livre não é, simplesmente, amar. É amar o bem. E o bem é Deus e tudo o que conduz a Deus conduz à felicidade.

O começo de um novo ano faz-nos apalpar a passagem do tempo em nossa vida. O que passa: o tempo ou a vida? O tempo acaba, nossa vida sofre o tempo e vai além dele. Por isso o apóstolo Paulo nos recomenda: "Sabei tirar proveito do tempo presente". (Cl 4,5) 
O que é o tempo? E tudo que flui do "antes" para o "depois", como ensina a filosofia. O "agora" é que se interpõe aos dois. Nos dias da criação, Deus não pronunciou "faça-se o tempo", mas disse "faça-se a luz". (Gn l, 3) Quando se lê no livro do Gênesis: "No princípio Deus criou o céu e a terra" (Gn l, 1), então aí começou o tempo. Deus, que é eterno, não tem princípio, nem fim. Conforme descreve o Evangelho, ele é o princípio, anterior ao tempo: "No princípio era o verbo, e o verbo era Deus". (Jo 1. 1) Deus é o princípio, enquanto fonte da criação. Deus também é o fim, enquanto toda a criação converge para Ele.

Na sucessão de minutos e horas, de dias e meses, não se sente tanto a passagem do tempo quanto na zero hora de todo primeiro de janeiro. A passagem do ano, sim, é sentida e festejada como o momento de alegria com sabor de vitória, sensação de que se alcançou o fim de uma escalada e começo de nova etapa da vida.

Frente ao Deus da vida, cada ano que finda provoca-nos a responder à pergunta de modo bastante pessoal: minha vida cresceu, amadureceu e produziu frutos? Não é a quantidade de realizações que conta, mas o amor que as fecundou. Ações marcadas por má vontade, revolta, egoísmo, exploração do outro podem, aparentemente, somar êxitos, de acordo com critérios de sucesso numa sociedade competitiva. 

No julgamento de Deus, lembra-nos o apóstolo Paulo o único critério válido: "Ainda que eu fale a língua dos anjos e dos homens, se não tiver amor sou como um bronze que soa, perdendo-se no ar. Ainda que eu tenha fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver amor nada sou. Ainda que eu distribua todos os meus bens aos famintos, sem amor, nada me adianta", (cf. l Cor 13)

Ao término de 2004, o primeiro sentimento a aflorar do coração é o de gratidão pelo tempo que Deus nos tem concedido para fazer o bem. Viver na mediocridade é reduzir a medida do dom de Deus. Frustrados na vida são os que perseguem ambições além da medida.
Deus não põe medidas em nossa capacidade de amar porque o seu Filho mandou-nos amar como Ele amou, sem medida, "até o fim". (Jo 13,1) Para isso, importante é não viver dividido no amor, tentando a veleidade de servir a dois senhores.

Menos fácil do que se pensa é o desafio de outra pergunta: como será 2005? Há os perscrutadores da astrologia, cartas, numerologia, adivinhações, dos búzios que se fazem leitores profissionais do que não existe: o futuro. O passado não influi, necessariamente, no nosso futuro, sobretudo quando o presente já o transformou. Nosso presente pode ajudar-nos a construir nosso amanhã. Acima de tudo, nosso livre arbítrio, nossa capacidade de escolha é que nos conduz. 

Não é a luz, não são as marés, nem o despacho na encruzilhada, nem a leitura da palma da mão, nem os amuletos, nem as simpatias, nem as três batidas na madeira, nem o levantar-se com o pé direito, nem azares e sortes que nos fazem felizes ou infelizes. Quando Deus nos chama à vida e a desempenhar nossa missão no mundo, basta-nos sua palavra de encorajamento: "Não tenham medo, Eu estou com vocês".

Ano novo começa como a página em branco de um livro. A primeira frase que nela desejamos escrever é a mensagem anunciada pêlos anjos de Belém na noite de Natal: "Glória a Deus e paz na terra".

Primeiro de janeiro é denso e rico de esperanças. Na entrada do ano novo, saudemo-nos com as mesmas palavras postas por Deus na boca dos filhos de Israel: "O Senhor te abençoe e te guarde. Deus volte para ti sua face e te dê a paz". (Num 6, 23-26) Estejamos, pois, revestidos da armadura cristã: o capacete da fé, a espada da esperança e o escudo da caridade. Feliz Ano Novo!


A fé não vai de férias Escrito por José Luís.




A fé não vai de férias

Escrito por José Luís.
Mais importante do que descobrir um país em 15 dias é redescobrir a nossa própria família em 15 dias. As férias são um momento precioso para um tempo familiar rico e inesquecível. Os pais, os guias da família, não só orientam os filhos na vida, como lhes devem ensinar a ver a Beleza no mundo.
As férias são óptimas por causa do descanso, das viagens, das idas à praia, mas sobretudo porque, para a maioria, há a possibilidade de pais e filhos estarem mais tempo juntos. Ou seja, é o tempo ideal de as famílias serem famílias.
Todavia, neste tempo, não há catequese, e a Eucaristia sofre um decréscimo significativo de cristãos mais novos. Cabe, então, principalmente aos pais, não deixar que se façam umas autênticas férias de fé. Como?
Estudos recentes têm comprovado que as crianças e os adolescentes aprendem sobretudo dos seus pais, na forma como eles vivem, agem, pensam e reagem. Sendo as férias um tempo familiar, são também um tempo para uma dedicação especial dos pais em relação aos seus filhos – a todos os níveis, inclusive o espiritual.

Fonte de crescimento

Rezar - Fonte de crescimentoNa verdade, a educação e influência dos pais nunca se mantêm apenas ao nível da afectividade e da transmissão de conhecimentos intelectuais e morais, mas abrange também a transmissão da fé, ajudando ou não, ao florescer da vida espiritual da criança e do adolescente. Em declarações à FAMÍLIA CRISTÃ, Maria João Ataíde, educadora de infância e professora de Pedagogia na Escola Superior de Educadores de Infância Maria Ulrich, esclarece: «Nós sabemos hoje, através das ciências humanas e de orientações teológicas, que a dimensão espiritual, ou seja, a nossa componente espiritual, está presente desde que somos concebidos. Essa dimensão espiritual, tal como a dimensão cognitiva, intelectual, ou a dimensão fisiológica, carece e necessita de alimento e estímulo, para se desenvolver plenamente.» E acrescenta: «A dimensão espiritual é absolutamente indispensável para uma vida mais feliz, plena e realizada, consigo própria e com os outros. Porque esta dimensão é o que nos faz ir acima do mero quotidiano de sobreviver diariamente, ou de realizar diariamente as tarefas de comer, dormir, trabalhar para ganhar dinheiro.»
A espiritualidade pode ser estimulada e experienciada dando relevo à profundidade das relações, ao silêncio da alma, ao espanto e à contemplação da criação de Deus. Um passeio no parque, uma ida à praia, um pic-nic, todas estas ocasiões são momentos em que uma experiência espiritual pode trazer uma luz renovada e rica à nossa percepção da vida, do mundo, dos outros e de Deus.
Maria João Ataíde salienta que «as férias não devem ser tempo de vazio». «Ir a um jardim público com uma criança, por exemplo, pode ser feito de uma forma trivial em que a criança vai e brinca sem qualquer finalidade ou outra coisa acontece quando o adulto se empenha com a criança. Ser capaz de não ler todo o jornal ou livro que lê habitualmente nesse momento e observar aquilo em que a criança se interessa, aquilo que ela pergunta. Então, há uma interlocução, um dar seguimento e um dar atenção aos comentários, olhares, expressões da criança que enriquecem aquilo que ela vai captando do mundo.»
A família é um espaço de crescimento, um núcleo de afecto e de transmissão de vida, e é por isso uma força poderosa para a vida quotidiana de cada um: seja para os pais, seja para os filhos.
É a partir da família que se constrói a comunidade, e é pela construção da comunidade que o mundo, a sociedade, se enriquece constantemente. Relembrando as palavras de um grande pedagogo da fé, o agora Beato João Paulo II, na Exortação Apostólica Familiaris Consortio: «A família, fundada e vivificada pelo amor, é uma comunidade de pessoas: de esposos, homem e mulher, de pais e filhos, e dos parentes. A sua primeira tarefa é a de viver fielmente a realidade da comunhão num constante empenho por fazer crescer uma autêntica comunidade de pessoas.»


segunda-feira, 24 de dezembro de 2012


DIA 24 DE DEZEMBRO - SEGUNDA-FEIRA

IV SEMANA DO ADVENTO
(ROXO, PREFÁCIO DO ADVENTO II – OFÍCIO DO DIA)

Antífona da entrada: Eis que já veio a plenitude dos tempos, em que Deus mandou à terra o seu Filho (Gl 4,4).
Oração do dia
Apressai-vos e não tardeis, Senhor Jesus, para que a vossa chegada renove as forças do que confiam em vosso amor. Vós, que sois Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (2 Samuel 7,1-5.8-12.14.16)
Leitura do segundo livro de Samuel.
2 1 Ora, tendo o rei Davi acabado de instalar-se em sua residência, e tendo-lhe o Senhor dado paz, livrando-o de todos os inimigos que o cercavam,
2 disse ele ao profeta Natã: "Vê: eu moro num palácio de cedro, e a arca de Deus está alojada numa tenda!"
3 Natã respondeu-lhe: "Pois bem: faze o que desejas fazer, porque o Senhor está contigo!"
4 Mas a palavra do Senhor foi dirigida a Natã naquela mesma noite, e dizia:
5 "Vai e dize ao meu servo Davi: eis o que diz o Senhor: ‘Não és tu quem me edificará uma casa para eu habitar.
8 Dirás, pois, ao meu servo Davi: eis o que diz o Senhor dos exércitos: eu te tirei das pastagens onde guardavas tuas ovelhas para fazer de ti o chefe de meu povo de Israel.
9 Estive contigo em toda parte por onde andaste; exterminei diante de ti todos os teus inimigos, e fiz o teu nome comparável ao dos grandes da terra.
10 Designei um lugar para o meu povo de Israel: plantei-o nele, e ali ele mora, sem ser inquietado, e os maus não o oprimirão mais como outrora,
11 no tempo em que eu estabelecia juízes sobre o meu povo. Concedo-te uma vida tranqüila, livrando-te de todos os teus inimigos. O Senhor anuncia-te que quer fazer-te uma casa.
12 Quando chegar o fim de teus dias e repousares com os teus pais, então suscitarei depois de ti a tua posteridade, aquele que sairá de tuas entranhas, e firmarei o seu reino.
14 Eu serei para ele um pai e ele será para mim um filho. Se ele cometer alguma falta, castigá-lo-ei com vara de homens, e com açoites de homens,
16 Tua casa e teu reino estão estabelecidos para sempre diante de mim, e o teu trono está firme para sempre’".
Palavra do Senhor.

Reflexão Pessoal –  2 Samuel    7,1-5.8-12.14.16 – “É o Senhor quem nos prepara um lugar”

Depois de instalar-se no palácio de cedro onde passou a residir David  se questionou pelo fato de que a Arca de Deus (Arca da Aliança) estivesse alojada numa tenda e ele, em uma mansão.  Porém, o Senhor lhe fez entender que isto não competia a ele, David, porque teria poder para, no tempo certo, edificar uma casa para o Seu povo. Depois de relembrar todos os prodígios que fez na vida de David, o Senhor acrescentou: “concedo-te uma vida tranquila, livrando-te de todos os teus inimigos”. Fazendo um paralelo com a nossa vida percebemos que isso também acontece conosco, pois vivemos preocupados (as) e nos atarefamos, entendendo que compete somente a nós tomar todas as providências para que todas as coisas e até mesmo o que pertence a Deus sejam perfeitas e de acordo com os nossos planos. O Senhor vem em nosso auxilio e nos conscientiza de que o Seu Plano para nós é completo e, por isso, não precisamos nos antecipar, pois Ele mesmo providencia o de que necessitamos.  Deus não precisa de casa feita por mãos humanas para morar, mas sim da entrega do nosso coração para que permaneça conosco. Assim como fez com David Ele deseja nos tranquilizar e dar a certeza de que a Sua casa já foi edificada no nosso coração e, por isso, não precisaremos mais nos inquietar. Ele estará conosco em toda a parte por onde andarmos e assim como a David Ele nos promete: “tua casa e teu reino serão estáveis para sempre diante de mim, e teu trono será firme para sempre”. O nosso reino é o reino do Amor, o reino dos céus que já experimentamos aqui na terra. O Senhor é o construtor da nossa casa. É Ele quem planeja e quem faz acontecer em nós o Seu plano de santidade que consiste na vivência do amor e da justiça nos nossos dias. Deus nos promete salvação, casa e o pão da tranquilidade durante todos os dias da nossa vida, inclusive na eternidade.  - Repita hoje muitas vezes de coração agradecido esperando Jesus no Natal: “Senhor eu não sou digno (a) de que entreis em minha morada, mas dizei uma  só palavra e a minha casa será salva”. Deus edifica em você.
Salmo responsorial 88/89
Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor!

Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor,
de geração em geração eu cantarei vossa verdade!
Porque dissestes: “O amor é garantido para sempre!”
E a vossa lealdade é tão firme como os céus.

“Eu firmei uma aliança com meu servo, meu eleito,
e eu fiz um juramento a Davi, meu servidor.
Para sempre, no teu trono, firmarei tua linhagem,
de geração em geração garantirei o teu reinado!”

Ele, então, me invocará: “Ó Senhor, vós sois meu Pai,
sois meu Deus, sois meu rochedo onde encontro a salvação!”
Guardarei eternamente para ele a minha graça
e com ele firmarei minha aliança indissolúvel.

Salmo 88 – “Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor!”

O amor de Deus é a nossa maior herança e é por isso, que nós precisamos nos apropriar deste bem precioso. A mesma aliança que Deus firmou com os homens da Bíblia, Ele o fez também conosco. Somos assim aliados (as) de Deus nos Seus projetos e nas Suas realizações. Somos Seus servidores (as) e somente seremos plenos de alegria se reconhecer isto com cânticos de louvor e exaltação. Cantar o amor de Deus é motivar o nosso coração e a nossa alma para  viver a felicidade aqui na terra.
Evangelho (Lucas 1,67-79)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Ó sol da manhã, ó sol de justiça, da eterna luz esplendor: oh, vinde brilhar para o povo sentado na sombra da morte.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 1 67 Zacarias, seu pai, ficou cheio do Espírito Santo e profetizou, nestes termos:
68 "Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e resgatou o seu povo,
69 e suscitou-nos um poderoso Salvador, na casa de Davi, seu servo
70 (como havia anunciado, desde os primeiros tempos, mediante os seus santos profetas),
71 para nos livrar dos nossos inimigos e das mãos de todos os que nos odeiam.
72 Assim exerce a sua misericórdia com nossos pais, e se recorda de sua santa aliança,
73 segundo o juramento que fez a nosso pai Abraão: de nos conceder que, sem temor,
74 libertados de mãos inimigas, possamos servi-lo
75 em santidade e justiça, em sua presença, todos os dias da nossa vida.
76 E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque precederás o Senhor e lhe prepararás o caminho,
77 para dar ao seu povo conhecer a salvação, pelo perdão dos pecados.
78 Graças à ternura e misericórdia de nosso Deus, que nos vai trazer do alto a visita do Sol nascente,
79 que há de iluminar os que jazem nas trevas e na sombra da morte e dirigir os nossos passos no caminho da paz".
Palavra da Salvação.
Evangelho – Lucas 1, 67-79 – “profetas do sol nascente”

Todas as profecias da Bíblia se referem ao projeto de salvação de Deus Pai para libertar os homens do pecado e da morte.  Cheio do Espírito Santo, Zacarias, abriu os lábios e profetizou reconhecendo a grande obra que o Senhor realizaria para a salvação da humanidade por meio do seu filho João Batista.   Ele seria o “profeta do Altíssimo, aquele que iria adiante do Senhor para preparar-lhe os caminhos, anunciando a salvação pelo perdão dos pecados”.   Por isso, baseados na oração de Zacarias nós também podemos nos colocar no mesmo contexto que ele para exaltar a Deus pela vinda do Salvador.  Também podemos assumir as promessas de salvação do Senhor para nós e para a nossa família proferindo este louvor em nome de cada membro da nossa casa nos apossando da força que vem do céu a fim de nos livrar do mal e da ação dos inimigos. Somos da mesma forma, chamados a ser profetas anunciadores da chegada do Sol nascente que nos visita neste Natal. Jesus é o Sol que nasce do alto e vem para iluminar os nossos relacionamentos familiares e dirige os nossos passos no caminho da paz. A Sua Palavra é um mapa que nos direciona e nos motiva a darmos passos firmes para enfrentarmos todas as situações pelas quais passamos. Quando estamos cheios do Espírito Santo nós também, como Zacarias, somos movidos a louvar ao Senhor pelas nossas conquistas.    – Você tem louvado a Deus pela sua família? – Você tem pedido para ela a salvação de Jesus? – De que a sua família mais necessita? – Na sua família reina a paz? – Peça a Jesus hoje, paz para os seus relacionamentos familiares e comece você mesmo (a) a ser portador (a) desta graça.  
Comentário ao Evangelho
PROFETA DO ALTÍSSIMOZacarias, em seu canto de louvor, sintetizou a missão profética do filho recém-nascido, explicitando sua correlação com Deus Pai e com o Salvador a ser enviado.
missão do Batista consistiria em ser profeta do Altíssimo, título aplicável tanto a Deus quanto a seu  Messias, posteriormente identificado com Jesus. Portanto, a existência do Precursor estaria ligada, simultaneamente, a Deus altíssimo e ao povo, junto ao qual seu profetismo seria exercido.
A glorificação de Zacarias centra-se no desígnio libertador de Deus que defende seu povo da sanha de seus inimigos e de quantos o odeiam. Ele não suporta que seu povo padeça a opressão do inimigo. Por isso, vem libertá-lo. Dele Deus exige apenas que o “sirva em santidade e justiça”, sem se apartar de seus caminhos nem um só dia da vida.
O desígnio libertador de Deus expressa sua misericórdia, que jamais poderá faltar, pois a relação com Israel está selada com uma Aliança santa, a ser observada com fidelidade. Por conseguinte, quando o seu povo é oprimido, Deus suscita-lhe um poderoso Salvador.
O maior de todos eles será seu próprio Filho. A missão fundamental do Batista consistiu em preparar-lhe os caminhos, anunciando ao povo que a salvação e a remissão dos pecados jorrariam do “amor do coração de nosso Deus”, por meio da ação do Messias.
Zacarias não estava em condições de identificar Jesus com o “poderoso Salvador”, suscitado pelo Senhor, Deus de Israel. Caberia a João reconhecê-lo como aquele que tira o pecado do mundo, levando a cabo a obra divina da libertação.

Oração
Pai, coloca-me, como João Batista, a serviço de teu Messias, Jesus Cristo, tornando-me teu profeta, anunciador da libertação a ser realizada em favor da humanidade.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
Sobre as oferendas
Acolhei, ó Deus, nossas oferendas para que, recebidas em comunhão, apaguem nossos pecados e preparem os corações para a vinda gloriosa do vosso Filho. Que vive e reina para sempre.
Antífona da comunhão: Bendito o Senhor, Deus de Israel, que visitou e resgatou seu povo! (Lc 1,68)
Depois da comunhão
Renovados por esta eucaristia, concedei-nos, ó Deus de misericórdia, que, preparando hoje o solene natal do vosso Filho, mereçamos colher com alegria os seus dons eternos. Por Cristo, nosso Senhor.

domingo, 23 de dezembro de 2012


Ano C - Dia: 23/12/2012


Maria visita Isabel
Leitura Orante


Lc 1,39-45

Alguns dias depois, Maria se aprontou e foi depressa para uma cidade que ficava na região montanhosa da Judéia. Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança se mexeu na barriga dela. Então, cheia do poder do Espírito Santo, Isabel disse bem alto:
- Você é a mais abençoada de todas as mulheres, e a criança que você vai ter é abençoada também! Quem sou eu para que a mãe do meu Senhor venha me visitar?! Quando ouvi você me cumprimentar, a criança ficou alegre e se mexeu dentro da minha barriga. Você é abençoada, pois acredita que vai acontecer o que o Senhor lhe disse.

Leitura Orante

Em união com todos que se encontram neste ambiente virtual, iniciamos nossa Leitura Orante do Advento, com a

Canção do Advento

Ó vem, Senhor, não tardes mais!
Vem saciar nossa sede de Paz!

1. Ó vem, como chega a brisa do vento,
Trazendo aos pobres justiça e bom tempo!

2. Ó vem, como chega a chuva no chão
Trazendo fartura de vida e de pão!

3. Ó vem, como chega a luz que faltou
Só tua palavra nos salva Senhor!

4. Ó vem, como chega a carta querida
Bendito carteiro do Reino da Vida!

5. Ó vem, como chega o filho esperado
Caminha conosco Jesus Bem amado!

6. Ó vem, como chega o Libertador
Das mãos do inimigo nos salva Senhor
Veja a melodia desta canção em: http://leituraorantedapalavra.blogspot.com/

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Lc 1,39-45, e observo as palavras de Jesus.
Lucas narra o encontro destas duas mães. Maria, mãe do Filho de Deus e Isabel, mãe do precursor, João Batista. Uma jovenzinha, Maria. E outra, de idade avançada, Isabel. Maria era virgem. Isabel, de idade avançada. Feita a saudação de Maria, Isabel responde profetizando: "Você é a mais abençoada de todas as mulheres. A criança que você vai ter é abençoada também. Quem sou eu para que a mãe do meu Senhor venha me visitar?" Nestas palavras, Isabel manifesta fé, reconhece a maternidade e o Messias, quando diz "meu Senhor". Ao dizer "você é a mais abençoada", esta bênção traz alegria para Isabel e a seu filho: "a criança ficou alegre e se mexeu dentro da minha barriga". Esta bênção, fruto da fé, gera uma série imensa de louvores a Deus que Maria expressa no seu cântico. A visita de Maria a Isabel tornou-se a "visita de Deus ao seu povo", diz o Catecismo da Igreja Católica (717).

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Recordamos as palavras dos bispos na Conferência de Aparecida: "Nossos povos encontram a ternura e o amor de Deus no rosto de Maria. Nela vem refletida a mensagem essencial do Evangelho. (...)Ela, reunindo os filhos, integra nossos povos ao redor de Jesus Cristo." (DAp 265).

3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, com um grande sacerdote, o bem-aventurado Tiago Alberione:
Jesus, Mestre,
que eu pense com a tua inteligência, com a tua sabedoria.
Que eu ame com o teu coração.
Que eu veja com os teus olhos.
Que eu fale com a tua língua.
Que eu ouça com os teus ouvidos.
Que as minhas mãos sejam as tuas.
Que os meus pés estejam sobre as tuas pegadas.
Que eu reze com as tuas orações.
Que eu celebre como tu te imolaste.
Que eu esteja em ti e tu em mim. Amém.

4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Meu novo olhar é de reconhecimento das maravilhas que Deus faz em cada pessoa que encontrar hoje.

Bênção
A bênção do Deus de Sara, Abraão e Agar,
a bênção do Filho, nascido de Maria,
a bênção do Espírito Santo de amor,
que cuida com carinho,
qual mãe cuida da gente,
esteja sobre todos nós. Amém! 

Santo do dia São João Câncio 23 de dezembro


São João Câncio
23 de dezembro
Considerado um dos santos mais representativos e queridos da heróica Polônia, são João Câncio é chamado, pelo povo, de a "glória da nação polonesa" e o "pai da pátria". Isso num país que sempre teve orgulho de sua fé no cristianismo e da fidelidade à cátedra de Pedro. 

João Câncio nasceu em 23 de junho de 1390, no povoado de Kenty, e viveu sempre em sua cidade, Cracóvia. Lá, conquistou todos os graus acadêmicos e lecionou em sua principal universidade até morrer. A grande preocupação de seu magistério era transmitir aos alunos os conhecimentos "não à luz de uma ciência fria e anônima, mas como irradiação da ciência suprema que tem sua fonte em Deus". 

Mesmo depois de ordenar-se sacerdote, continuou a cultivar a ciência, ao mesmo tempo que fazia seu trabalho pastoral como vigário da paróquia de Olkusz. Homem de profunda vida interior, jejuava e penitenciava-se semanalmente, ao mesmo tempo que espalhava o amor pelo próximo entre os estudantes e os pobres da cidade. 

Há um exemplo claro de sua personalidade em sua biografia, que remonta às inúmeras peregrinações e romarias aos túmulos dos mártires em Roma, bem como aos lugares santos da Palestina. Numa dessas incontáveis viagens, foi assaltado. Os bandidos exigiram que João Câncio lhes desse tudo que tinha, depois perguntaram ainda se não estava escondendo mais nada. Ele afirmou que não. 

Depois que os ladrões partiram, ele se lembrou de que ainda tinha algumas moedas no forro do manto. Achou-as, correu atrás dos bandidos, deu-lhes as moedas e ainda pediu desculpa pelo esquecimento. 

Anos depois, ao perceber a proximidade da morte, distribuiu os poucos bens que possuía aos pobres, falecendo às vésperas do Natal de 1473. Foi canonizado por Clemente II em 1767. São João Câncio era celebrado no dia 20 de outubro, mas agora sua festa acontece um dia antes daquele que marca sua morte. 

Para homenagear o "professor santo", que foi modelo para gerações inteiras de religiosos, o papa João Paulo II foi à Polônia em 1979. Na ocasião, consagrou uma capela em memória do padroeiro da Polônia, são João Câncio, na igreja de São Floriano. Nela, na metade do século XX, o mesmo papa, então um jovem sacerdote, iniciava o seu serviço de vigário paroquial.

DIA 23 DE DEZEMBRO - DOMINGO

IV SEMANA DO ADVENTO
(ROXO, CREIO, PREFÁCIO DO ADVENTO IIA – IV SEMANA DO SALTÉRIO)

Antífona da entrada: Céus, deixai cair o orvalho, nuvens, chovei o justo; abra-se a terra, e brote o Salvador! (Is 45,8)
Oração do dia
Derramai, ó Deus, a vossa graça em nossos corações para que, conhecendo pela mensagem do anjo a encarnação do vosso Filho, cheguemos, por sua paixão e cruz, à glória da ressurreição. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Miqueias 5,1-4)
Leitura da profecia de Miquéias.
5 1 Mas tu, Belém-Efrata, tão pequena entre os clãs de Judá, é de ti que sairá para mim aquele que é chamado a governar Israel. Suas origens remontam aos tempos antigos, aos dias do longínquo passado.
2 Por isso, (Deus) os deixará, até o tempo em que der à luz aquela que há de dar à luz. Então o resto de seus irmãos voltará para junto dos filhos de Israel.
3 Ele se levantará para (os) apascentar, com o poder do Senhor, com a majestade do nome do Senhor, seu Deus. Os seus viverão em segurança, porque ele será exaltado até os confins da terra.
4 E assim será a paz. Quando o assírio invadir nossa terra e pisar nossos terrenos, resistir-lhe-emos com sete pastores e oito príncipes do povo”.
Palavra do Senhor.
Reflexão Pessoal   – 1a. leitura – Miquéias 5, 1-4 – “Belém, a cidade escolhida por Deus”

Vejamos como é a metodologia do Senhor e qual o critério usado por Ele quando faz a Suas escolhas! Uma cidade, pequeninha entre muitos povoados foi escolhida por Ele para acolher o Salvador da humanidade! Embora fosse diminuta, foi a Belém que Jesus elegeu para ser o Seu berço. Neste trecho, Miquéias profetiza a paz dos tempos vindouros com a vinda do Príncipe da Paz que vem para governar a terra com a força do Senhor e com a majestade de Deus. Por isso, neste tempo de Advento, aprendamos também a nos tornar-nos uma Belém, na simplicidade e insignificância para deixar que o Rei venha nos dirigir, nos administrar com Sua força e fazer com que a paz aconteça dentro dos nossos muros. Somos pequenos e insignificantes, mas quando deixamos que Jesus viva em nós, nos tornamos fortes na paz e cheios do poder do Espírito Santo. Portanto, às vésperas de mais um Natal do Senhor deixemos que esta profecia se torne realidade na nossa vida! – Você aceita tornar-se pequenino (a) como Belém para acolher o Rei? – Você entende o que é ser pequenino e ou pequenina? – Qual é o seu relacionamento com o Menino Jesus? – Ele é pequenino e cabe dentro do seu coração, por isso reze com Ele, hoje.
Salmo responsorial 79/80
Iluminai a vossa face sobre nós,
convertei-nos para que sejamos salvo! 

Ó pastor de Israel, prestai ouvidos.
Vós que sobre os querubins vos assentais,
aparecei cheio de glória e esplendor!
Despertai vosso poder, ó nosso Deus,
e vinde logo nos trazer a salvação!

Voltai-vos para nós, Deus do universo!
Olhai dos altos céus e observai.
visitai a vossa vinha e protegei-a!
Foi a vossa mão direita que a plantou;
protegei-a, e ao rebento que firmastes!

Pousai a mão por sobre o vosso protegido,
o filho do homem que escolhestes para vós!
E nunca mais vos deixaremos, Senhor Deus!
Dai-nos vida, e louvaremos o vosso nome!
Salmo 79 – “Iluminai a vossa face sobre nós, convertei-nos para que sejamos salvos!”
O salmo é uma verdadeira súplica para que venha logo o pastor de Israel. É este também o apelo que o nosso coração faz ao Pai que nos prometeu a Salvação. “Despertai vosso poder, ó nosso Deus, e vinde logo nos trazer a salvação” diz o salmista. Quanto mais pedimos e desejamos a salvação mais nós teremos a certeza de que Jesus já nos salvou e renova a nossa vida a cada momento, a cada dia.
Leitura (Hebreus 10,5-10)
Leitura da carta aos Hebreus.
10 5 Eis por que, ao entrar no mundo, Cristo diz: “Não quiseste sacrifício nem oblação, mas me formaste um corpo.
6 Holocaustos e sacrifícios pelo pecado não te agradam.
7 Então eu disse: ‘Eis que venho (porque é de mim que está escrito no rolo do livro), venho, ó Deus, para fazer a tua vontade’.
8 Disse primeiro: ‘Tu não quiseste, tu não recebeste com agrado os sacrifícios nem as ofertas, nem os holocaustos, nem as vítimas pelo pecado’” (quer dizer, as imolações legais).
9 Em seguida, ajuntou: “Eis que venho para fazer a tua vontade”. Assim, aboliu o antigo regime e estabeleceu uma nova economia.
10 Foi em virtude desta vontade de Deus que temos sido santificados uma vez para sempre, pela oblação do corpo de Jesus Cristo.
Palavra do Senhor.
2a. Leitura – Hebreus 10, 5-10 – “santificados pela oferenda do Corpo de Cristo”

O autor da Carta aos hebreus nos fala de oferenda e sacrifício.  Ao mesmo tempo em que cita o Antigo Testamento, quando escreve sobre coisas oferecidas segundo a lei, ele se reporta ao Novo Testamento quando se refere a Jesus Cristo que veio ao mundo para fazer a vontade do Pai e se entregou por nós. O Pai desejava salvar o homem do pecado e da morte eterna a que estava condenado, e o Seu próprio Filho se ofereceu para vir cumprir esta missão.  Portanto, Jesus Cristo é o sacrifício perfeito que substitui definitivamente toda e qualquer oferenda que se fazia pelos pecados da humanidade. Jesus ofereceu o Seu próprio Corpo, formado por Deus pelo poder do Espírito Santo, no seio de Maria. Jesus é a oferenda que nos santifica. Jesus é a vontade do Pai que se realiza em nós. Nãopodemos desperdiçar a graça do tempo atual para nos voltar somente para o colorido das ruas, a beleza das praças e das vitrines. Precisamos, sim, ser uma nova Belém, enfeitada de amor para receber Jesus que é a vontade do Pai vivendo no meio dos homens. – Como está o seu coração hoje para acolher Jesus? – O que está enfeitando a sua cidade interior: a alegria, a esperança, a paz, a solidariedade, a misericórdia, ou o desamor, o egoísmo, o rancor, a indiferença? – Ainda há tempo para você se arrumar: JESUS ESTÁ CHEGANDO!
Evangelho (Lucas 1,39-45)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eis a serva do Senhor; cumpra-se em mim a tua palavra! (Lc 1,38). 

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
1 39 Naqueles dias, Maria se levantou e foi às pressas às montanhas, a uma cidade de Judá.
40 Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel.
41 Ora, apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu seio; e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42 E exclamou em alta voz: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre.
43 Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor?
44 Pois assim que a voz de tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria no meu seio.
45 Bem-aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas!”
Palavra da Salvação.


Evangelho – Lucas 1, 39-45 – “Por que Maria é a  bem aventurada.”
O gesto de solidariedade e de amor, de Nossa Senhora quando visitou sua prima Santa Izabel nos leva a refletir e nos faz desejar ardentemente também, que tenhamos a força, a ousadia e a coragem de nos desinstalarmos, saindo da nossa “vidinha boa” do tudo querer receber, ganhar, usufruir para também partilhar, repartir e prestar solidariedade a quem está precisando.  Nossa Senhora não é a bem aventurada somente porque foi escolhida para ser Mãe do Salvador. Ela é proclamada assim, porque foi fiel ao chamado de Deus e não se acomodou no privilégio da sua eleição, pelo contrário, apressadamente, como diz o Evangelho se dirigiu a uma região montanhosa e, por isso, de difícil acesso, para visitar a prima que necessitava de ajuda. A solidariedade de Maria fez com que a alegria fosse levada à casa de Izabel quando João Batista estremeceu em seu ventre. A nossa solidariedade também fará com que a alegria entre na casa e no coração das pessoas a quem visitarmos e ajudarmos.  O mesmo Espírito Santo que impulsionou Maria e se manifestou no seio de Isabel nos unge e nos motiva para que sejamos diligentes na prática do amor ao próximo.     – Existe alguém precisando da sua visita neste tempo do Natal? – Quem sabe não terá alguém incapacitado (a) esperando a sua visita! – Peça o auxílio de Nossa Senhora e coloque o pé na estrada. A alegria do Senhor irá com você e se irradiará pelo mundo afora.


Comentário ao Evangelho
EIS A SERVA DO SENHOR Maria ocupou um lugar de destaque no advento da salvação, aceitando acolher a proposta de Deus de assumir a maternidade do Messias Jesus. A escolha de Maria não se explica, no plano humano. Era uma jovem, já prometida em casamento a um descendente da casa de Davi. Não pertencia a nenhuma família nobre e rica, e habitava numa cidade escondida e mal-afamada. Não passava por sua mente ligar-se, de algum modo, ao Messias. Humanamente falando, ela não possuía os requisitos necessários para ser mãe do Salvador.
O diálogo de Maria com o anjo revelou a imagem que ela fazia de si mesma, bem como o que Deus pensava a respeito dela. Da parte de Deus, era considerada repleta de graça, amada por ele, bendita entre todas as mulheres. Em outras palavras, possuidora dos requisitos necessários para ser colaboradora de seu plano de salvação. Este requeria alguém totalmente disponível para Deus, despojado de si mesmo e dos próprios interesses, e disposto a assumir uma missão superior a tudo que se possa imaginar. Maria, por sua vez, tinha consciência de suas limitações. Não podia imaginar que Deus a tivesse em tão alta conta. Não conseguia conciliar a concepção do Messias com o fato de não ter conhecido homem algum. Estava longe de compreender o que significa conceber por obra do Espírito Santo. Contudo, como se sabia serva, não receou aceitar cegamente o projeto de Deus.

Oração Senhor Jesus, que eu me deixe modelar pelo exemplo de Maria, a serva humilde que se fez capaz de assumir, com total disponibilidade, o projeto de Deus.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Sobre as oferendas
Ó Deus, que o mesmo Espírito Santo que trouxe a vida ao seio de Maria santifique estas oferendas colocadas sobre o vosso altar. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: A virgem conceberá e dará à luz um filho; e ele será chamado “Deus-conosco” (Is 7,14).
Depois da comunhão
Ó Deus todo-poderoso, tendo nós recebido o penhor da eterna redenção, fazei que, ao aproximar-se a festa as salvação, nos preparemos com maior empenho para celebrar dignamente o mistério do vosso Filho. Que vive e reina para sempre.