terça-feira, 6 de agosto de 2013

DIA 4 DE JULHO - QUINTA-FEIRA

XIII SEMANA DO TEMPO COMUM *
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)

Antífona da entrada: Povos todos, aplaudi e aclamai a Deus com brados de alegria (Sl 46,2).
Oração do dia
Ó Deus, pela vossa graça, nos fizestes filhos da luz. Concedei que não sejamos envolvidos pelas trevas do erro, mas brilhe em nossas vidas a luz da vossa verdade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Gênesis 22,1-19)
Leitura do livro do Gênesis.
22 1 Depois disso, Deus provou Abraão, e disse-lhe: “Abraão!” “Eis-me aqui”, respondeu ele.2 Deus disse: “Toma teu filho, teu único filho a quem tanto amas, Isaac; e vai à terra de Moriá, onde tu o oferecerás em holocausto sobre um dos montes que eu te indicar.”
3 No dia seguinte, pela manhã, Abraão selou o seu jumento. Tomou consigo dois servos e Isaac, seu filho, e, tendo cortado a lenha para o holocausto, partiu para o lugar que Deus lhe tinha indicado. 4 Ao terceiro dia, levantando os olhos, viu o lugar de longe. 5 “Ficai aqui com o jumento, disse ele aos seus servos; eu e o menino vamos até lá mais adiante para adorar, e depois voltaremos a vós.”
6 Abraão tomou a lenha do holocausto e a pôs aos ombros de seu filho Isaac, levando ele mesmo nas mãos o fogo e a faca. E, enquanto os dois iam caminhando juntos, 7 Isaac disse ao seu pai: “Meu pai!” “Que há, meu filho?” Isaac continuou: “Temos aqui o fogo e a lenha, mas onde está a ovelha para o holocausto?” 8 “Deus, respondeu-lhe Abraão, providenciará ele mesmo uma ovelha para o holocausto, meu filho.” E ambos, juntos, continuaram o seu caminho.
9 Quando chegaram ao lugar indicado por Deus, Abraão edificou um altar; colocou nele a lenha, e amarrou Isaac, seu filho, e o pôs sobre o altar em cima da lenha. 10 Depois, estendendo a mão, tomou a faca para imolar o seu filho. 11 O anjo do Senhor, porém, gritou-lhe do céu: “Abraão! Abraão!” “Eis-me aqui!” 12 “Não estendas a tua mão contra o menino, e não lhe faças nada. Agora eu sei que temes a Deus, pois não me recusaste teu próprio filho, teu filho único.” 13 Abraão, levantando os olhos, viu atrás dele um cordeiro preso pelos chifres entre os espinhos; e, tomando-o, ofereceu-o em holocausto em lugar de seu filho.
14 Abraão chamou a este lugar "o Senhor providenciará", de onde se diz até o dia de hoje: “Sobre o monte o Senhor providenciará.”
15 Pela segunda vez chamou o anjo do Senhor a Abraão, do céu, 16 e disse-lhe: “Juro por mim mesmo, diz o Senhor: pois que fizeste isto, e não me recusaste teu filho, teu filho único, eu te abençoarei. 17 Multiplicarei a tua posteridade como as estrelas do céu, e como a areia na praia do mar. Ela possuirá a porta dos teus inimigos, 18e todas as nações da terra desejarão ser benditas como ela, porque obedeceste à minha voz.”
19 Abraão voltou então para os seus servos, e foram juntos para Bersabéia, onde fixou sua residência.
Palavra do Senhor.
Reflexão Pessoal - Gênesis 22, 1-19 – “confiança absoluta”

Deus pôs Abraão à prova quando lhe pediu que ofertasse o seu filho único, Isaac, para ser sacrificado em holocausto. Abraão cheio de confiança fez o que o Senhor lhe ordenara e foi até as últimas consequências, chegando mesmo a empunhar a faca  a fim de sacrificar Isaac. No diálogo entre o pai e do filho, nós percebemos como era grande a fé e a confiança que Abraão depositava em Deus e nos Seus planos para a sua vida. Assim, pois, ele falava pra Isaac: “Deus providenciará a vítima para o holocausto, meu filho”.  Nós também nunca poderemos nos esquecer de que Deus também já providenciou a vítima para ser sacrificada em expiação dos nossos pecados. Jesus Cristo é o Cordeiro imolado, vítima perfeita que se ofereceu pela nossa salvação. Muitas vezes, no entanto,  o Senhor nos pede para sacrificar algo que nos é muito importante com o fim de que avaliemos a qualidade  da nossa fé e da nossa confiança nas Suas ordens. Quando nós obedecemos às Suas  ordens, mesmo que não entendamos nada e apenas confiemos na Sua Misericórdia e na Sua Providência, Ele aprovisiona tudo de que precisamos para que a Sua obra se concretize em nós.  Isaac pode ser para nós algo a que  nós nos apegamos porque achamos que não poderemos viver sem ela e o Senhor nos pede como oferta.   Se fizermos a experiência e confiarmos na providência divina, nós também conseguiremos pegar a faca para cortar da nossa vida aquilo que o Senhor nos pede. Assim sendo, comprovaremos que a nossa história não é diferente da história dos homens e das mulheres da Bíblia. Deus precisa do nosso testemunho de confiança nos Seus planos e nos testa para que nós mesmos (as) possamos ter ideia de como anda a nossa fé nos Seus desígnios.  - Você teria coragem de levar o seu “filho único” para ser sacrificado a pedido do Senhor?- Existe alguma coisa muito especial para você comparável a um filho único e que você não quer perder?- Você já experimentou a providencia de Deus na sua vida?- Você tem consciência de que Jesus se ofereceu como vítima só para que você tivesse  uma vida nova?
Salmo responsorial 114/115
Andarei na presença de Deus,
junto a ele, na terra dos vivos.


Eu amo o Senhor, porque ouve
o grito da minha oração.
Inclinou para mim seu ouvido
no dia em que eu o invoquei.

Prendiam-me as cordas da morte,
apertavam-me os laços do abismo;
invadiam-me angústia e tristeza,
eu então invoquei o Senhor:
“Salvai, ó Senhor, minha vida!”

O Senhor é justiça e bondade,
nosso Deus é amor-compaixão.
É o Senhor quem defende os humildes:
eu estava oprimido, e salvou-me.

Libertou minha vida da morte,
enxugou de meus olhos o pranto
e livrou os meus pés do tropeço.
Andarei na presença de Deus,
junto a ele na terra dos vivos.
Salmo 114 – “Andarei na presença de Deus, junto a ele, na terra dos vivos”!

O salmista relata o sentimento de alguém que está à beira do perigo e da morte e mesmo assim confia no Senhor. “Salvai, ó Senhor, a minha vida.” A justiça de Deus para nós é a salvação, portanto todo aquele que grita o Seu Nome e pede ajuda, terá a sua vida libertada. Ele é justiça, bondade, amor-compaixão para os humildes, os que se sentem oprimidos e necessitados. Não devemos esperar pela outra vida para contemplar a bondade do Senhor, porque é também na terra dos vivos que nós  andamos na sua presença.
Evangelho (Mateus 9,1-8)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Em Cristo, Deus reconciliou consigo mesmo a humanidade; e a nós ele entregou essa reconciliação (2Cor 5,19).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
9 1 Jesus tomou de novo a barca, passou o lago e veio para a sua cidade.
2 Eis que lhe apresentaram um paralítico estendido numa padiola. Jesus, vendo a fé daquela gente, disse ao paralítico: "Meu filho, coragem! Teus pecados te são perdoados."
3 Ouvindo isto, alguns escribas murmuraram entre si: "Este homem blasfema."
4 Jesus, penetrando-lhes os pensamentos, perguntou-lhes: "Por que pensais mal em vossos corações?
5 Que é mais fácil dizer: ‘Teus pecados te são perdoados’, ou: ‘Levanta-te e anda?’
6 Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra o poder de perdoar os pecados: Levanta-te” - disse ele ao paralítico -, “toma a tua maca e volta para tua casa."
7 Levantou-se aquele homem e foi para sua casa.
8 Vendo isto, a multidão encheu-se de medo e glorificou a Deus por ter dado tal poder aos homens.
Palavra da Salvação.

Evangelho – Mateus 9, 1-8 – ‘paralisados (as) pelo pecado”

Ao argumentar com os mestres da lei sobre os seus vãos pensamentos, dizendo: “O que é mais fácil dizer: “os teus pecados estão perdoados”, ou dizer: “Levanta-te e anda”, Jesus nos revela que o pecado nos paralisa nos aprisiona e nos tira a liberdade interior. Ele curou o paralítico e foi direto à raiz da sua paralisia humana. O pecado também entorpece o nosso ser  e nos impede de caminhar com nossas próprias forças, debilitados sem ânimo para caminhar.  Quantas vezes nós nos sentimos presos (as), acorrentados (as) aos sentimentos de ódio,  de medo, revolta,  ressentimento,  ideia de vingança e  precisamos de  alguém que nos liberte do jugo que pesa sobre nós! O pecado é tudo que nos afasta da fonte do Amor de Deus. O pecado é o desamor, é a falta da graça de Deus e, somente quando em nós essa graça é restituída, nós nos sentiremos verdadeiramente livres. A cura do paralítico nos traz como exemplo a solidariedade dos amigos que o apresentaram a Jesus.   O Senhor quer tirar de nós a mentalidade de sempre querer receber e nada oferecer. “Levanta-te, pega a tua cama e vai para a tua casa”.   Jesus nos cura e nos manda também levantar e tomar a nossa cama , isto é a nossa vida que às vezes é pesada como uma Cruz. Ele nos envia à  nossa casa para dar testemunho da cura que Ele nos faz nos colocando  à disposição da edificação do Seu reino dentro da nossa família. Ele não nos quer acomodados na mesmice, mas ousados e cheios de fé. - Você alguma vez se sentiu também paralisado (a) pelo pecado?- Você já recebeu ajuda de alguém que levou você para receber o perdão de Deus?- Você tem ajudado às pessoas que estão doentes, paralisados (as) pela vida?- Você é uma pessoa acomodada nos mesmo vícios, nos mesmos pecados? – Você tem dado testemunho de Jesus na sua casa? 
Comentário ao Evangelho
PERDÃO E CURA
A declaração de que os pecados do homem paralítico estavam perdoados causou espanto nos adversários de Jesus. Parecia-lhes ser uma ofensa a Deus o que ouviam. Como alguém, no caso Jesus, tinha a ousadia de usurpar um poder divino? O gesto de Jesus era inaceitável para eles. Não passava de uma autêntica blasfêmia.
Jesus não se dobrou a esta interpretação maldosa e errada de sua ação. E se declarou capaz de fazer algo ainda mais divino: curar a paralisia daquele homem. Demonstrando seu poder de curar, Jesus manifestou sua condição de Filho do homem, revestido com poderes conferidos pelo Pai, para agir em nome do Pai. Jesus, que perdoou os pecados daquele homem, também o libertou de sua limitação física. Portanto, ao agir, Jesus não se prevalece de um poder que não lhe pertence. Ele não é um inimigo de Deus. Antes, é o instrumento escolhido por Deus para que a humanidade se beneficiasse da ação divina de perdoar os pecados e curar as pessoas de seus males.
O duplo gesto de Jesus dá-se na mais total fidelidade a Deus, sem que lhe seja feita concorrência ou que seus poderes sejam usurpados. Contemplar os gestos poderosos de Jesus correspondia a ver Deus prodigalizando a humanidade com seus bens. Porém, os inimigos de Jesus se recusavam a curvar-se diante da evidência.

Oração

Senhor Jesus, que eu contemple nos teus gestos poderosos a prodigalidade do amor do Deus derramado sobre a humanidade.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
Sobre as oferendas
Ó Deus, que nos assegurais os frutos dos vossos sacramentos, concedei que o povo reunido para vos servir corresponda à santidade dos vossos dons. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: Bendize, ó minha alma, ao Senhor e todo meu ser, seu santo nome! (Sl 102,1)
Depois da comunhão
Ó Deus, o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, que oferecemos em sacrifício e recebemos em comunhão, nos transmitam uma vida nova, para que, unidos a vós pela caridade que não passa, possamos produzir frutos que permaneçam. Por Cristo, nosso Senhor.


MEMÓRIA FACULTATIVA

SANTA ISABEL DE PORTUGAL
(BRANCO – OFÍCIO DA MEMÓRIA)

Oração do dia: Ó Deus, autor da paz e da caridade, que destes à santa Isabel de Portugal a graça de reconciliar os desunidos, concedei-nos, por sua intercessão, trabalhar pela paz, para que possamos ser chamados filhos de Deus. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Sobre as oferendas: Recebei, ó Pai, os dons do vosso povo, para que, recordando a imensa misericórdia do vosso Filho, sejamos confirmados no amor a Deus e ao próximo, a exemplo dos vossos santos. Por Cristo, nosso Senhor.
Depois da comunhão: Tendo participado com alegria do banquete da salvação, nós vos pedimos, ó Pai, que, imitando a caridade de santa Isabel de Portugal, participemos com ela da vossa glória. Por Cristo, nosso Senhor.
Santo do Dia / Comemoração (SANTA ISABEL DE PORTUGAL):
Isabel nasceu na Espanha, em 1271. Entre seus antepassados estão muitos santos, reis e imperadores. Era filha de Pedro II, rei de Aragão, que, no entanto, era um jovem príncipe quando ela nasceu. Sem querer ocupar-se com a educação da filha, o monarca determinou que fosse cuidada pelo avô, Tiago I, que se convertera ao cristianismo e levava uma vida voltada para a fé. Sorte da pequena futura rainha, que recebeu, então, uma formação perfeita e digna no seguimento de Cristo. Tinha apenas doze anos quando foi pedida em casamento por três príncipes, como nos contos de fadas. Seu pai escolheu o herdeiro do trono de Portugal, dom Dinis. Esse casamento significou para Isabel uma coroa de rainha e uma cruz de martírio, que carregou com humildade e galhardia nos anos seguintes de sua vida. Isabel é tida como uma das rainhas mais belas das cortes espanhola e portuguesa; além disso, possuía uma forte e doce personalidade, era também muito inteligente, culta e diplomata. Ela deu dois filhos ao rei: Constância, que seria no futuro rainha de Castela, e Afonso, herdeiro do trono de Portugal. Mas eram incontáveis as aventuras extraconjugais do rei, tão conhecidas e comentadas que humilhavam profundamente a bondosa rainha perante o mundo inteiro. Ela nunca se manifestava sobre a situação, de nada reclamava e a tudo perdoava, mantendo-se fiel ao casamento em Deus, que fizera. Criou os filhos, inclusive os do rei fora do casamento, dentro dos sinceros preceitos cristãos. Perdeu cedo a filha e o genro, criando ela mesma o neto, também um futuro monarca. Não bastassem essas amarguras familiares, foi vítima das desavenças políticas do marido com parentes, e sobretudo do comportamento de seu filho Afonso, que tinha uma personalidade combativa. Depois, ainda foi caluniada por um cortesão que dela não conseguiu se aproximar. A rainha muito sofreu e muito lutou até provar inocência de forma incontestável. Sua atuação nas disputas internas das cortes de Portugal e Espanha, nos idos dos séculos XIII e XIV, está contida na história dessas cortes como a única voz a pregar a concórdia e conseguir a pacificação entre tantos egos desejosos de poder. Ao mesmo tempo que ocupava o seu tempo ajudando a amenizar as desgraças do povo pobre e as dores dos enfermos abandonados, com a caridade da sua esmola e sua piedade cristã. Ergueu o Mosteiro de Santa Clara de Coimbra para as jovens piedosas da corte, O mosteiro cisterciense de Almoste e o santuário do Espírito Santo em Alenquer. Também fundou, em Santarém, o Hospital dos Inocentes, para crianças cujas mães, por algum motivo, desejavam abandonar. Com suas posses sustentava asilos e creches, hospitais para velhos e doentes, tratando pessoalmente dos leprosos. Sem dúvida foi um perfeito símbolo de paz, do seu tempo. Quando o marido morreu, em 1335, Isabel recolheu-se no mosteiro das clarissas de Coimbra, onde ingressou na Ordem Terceira Franciscana. Antes, porém, abdicou de seu título de nobreza, indo depositar a coroa real no altar de São Tiago de Compostela. Doou toda a sua imensa fortuna pessoal para as suas obras de caridade. Viveu o resto da vida em pobreza voluntária, na oração, piedade e mortificação, atendendo os pobres e doentes, marginalizados. A rainha Isabel de Portugal morreu, em Estremoz, no dia 4 de julho de 1336. Venerada como santa, foi sepultada no Mosteiro de Coimbra e canonizada pelo papa Urbano VIII em 1665. Santa Isabel de Portugal foi declarada padroeira deste país, sendo invocada pelos portugueses como "a rainha santa da concórdia e da paz".

DIA 30 DE DEZEMBRO - DOMINGO

SAGRADA FAMÍLIA DE JESUS
(BRANCO, GLÓRIA, PREFÁCIO DO NATAL – OFÍCIO DA FESTA)

Antífona da entrada: Vieram apressados os pastores e encontraram Maria com José, e o menino deitado no presépio (Lc 2,16).
Oração do dia
Ó Deus de bondade, que nos destes a Sagrada Família como exemplo, concedei-nos imitar em nossos lares as suas virtudes para que, unidos pelos laços do amor, possamos chegar um dia às alegrias da vossa casa. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Eclesiástico 3,3-7.14-17)
Leitura do livro do Eclesiástico.
3 3 Pois Deus quis honrar os pais pelos filhos, e cuidadosamente fortaleceu a autoridade da mãe sobre eles.
4 Aquele que ama a Deus o roga pelos seus pecados, acautela-se para não cometê-los no porvir. Ele é ouvido em sua prece cotidiana.
5 Quem honra sua mãe é semelhante àquele que acumula um tesouro.
6 Quem honra seu pai achará alegria em seus filhos, será ouvido no dia da oração.
7 Quem honra seu pai gozará de vida longa; quem lhe obedece dará consolo à sua mãe.
14 Meu filho, ajuda a velhice de teu pai, não o desgostes durante a sua vida.
15 Se seu espírito desfalecer, sê indulgente, não o desprezes porque te sentes forte, pois tua caridade para com teu pai não será esquecida,
16 e, por teres suportado os defeitos de tua mãe, ser-te-á dada uma recompensa;
17 tua casa tornar-se-á próspera na justiça. Lembrar-se-ão de ti no dia da aflição, e teus pecados dissolver-se-ão como o gelo ao sol forte.
Palavra do Senhor.
Reflexão Pessoal – 1ª Leitura – Eclesiástico 3, 3-7.14-17  -  “o que agrada a Deus”

Nesta leitura o autor sagrado nos ensina a cultivar sentimentos de carinho e proteção para com as pessoas mais idosas e nos revela que todo o bem que lhes façamos nunca será esquecido por Deus. A honra e o respeito ao pai e à mãe são os atributos que ele exalta como sendo agradáveis a Deus. A leitura ressalta ainda a recompensa que o Senhor dá a todos os que têm respeito e honram o seu pai e a sua mãe, amparando-os na velhice. Na realidade isto poder ser comprovado no nosso dia a dia nos relacionamentos entre pais, filhos, avós. Os filhos e as filhas que têm zelo e amor pelos seus genitores e os amparam nas suas necessidades têm uma vida repleta de graças e conseguem também manter uma família feliz e equilibrada. O aconchego de uma família unida e feliz vale muito mais do que muitos bens materiais acumulados.  Honrar pai e mãe é o quarto mandamento da lei de Deus e pais e filhos constituem assim a primeira preocupação de Deus para salvar a terra, e nós somos estes mensageiros da reconciliação.  A família é o berço da humanidade, é no berço que a criança é alimentada, cuidada e fortalecida. É a partir de cada família da Terra que o projeto de Deus para o futuro da humanidade se realiza. Por isso é que “A família é a esperança da humanidade” (João Paulo II). Porque é uma Escola onde a humanidade é forjada para enfrentar os desafios da vida e do mundo. Através da Família toda existência humana é orientada para o futuro. E  se a família for um lugar seguro  onde Deus habita aí então ela terá, com certeza, um futuro abençoado.
Salmo responsorial 127/128
Felizes os que temem o Senhor
e trilham seus caminhos!

Felizes és tu se temes o Senhor
e trilhas seus caminhos!
Do trabalho de tuas mãos hás de viver,
serás feliz, tudo irá bem!

A tua esposa é uma videira bem fecunda
no coração da tua casa;
os teus filhos são rebentos de oliveira
ao redor de tua mesa.

Será assim abençoado todo homem
que teme o Senhor.
O Senhor te abençoe de Sião
cada dia de tua vida.

Salmo 127 – “Felizes os que temem o Senhor e trilham seus caminhos!”

O salmista elogia os que têm amor pelo Senhor e seguem os caminhos por Ele traçados. Serão felizes, viverão do trabalho honesto, formarão uma família fecunda e serão abençoados. Todas estas coisas são necessidades básicas do nosso ser humano e se constituem no alicerce para que tenhamos uma vida cheia de paz. Portanto, se refletirmos bem, nós não precisaríamos lutar tanto por tantas conquistas que nunca obteremos, mas tão somente, “temer o Senhor e seguir os seus caminhos!”
Leitura (Colossenses 3,12-21)
Leitura da carta de são Paulo aos Colossenses.
3 12 Portanto, como eleitos de Deus, santos e queridos, revesti-vos de entranhada misericórdia, de bondade, humildade, doçura, paciência.
13 Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente, toda vez que tiverdes queixa contra outrem. Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai também vós.
14 Mas, acima de tudo, revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição.
15 Triunfe em vossos corações a paz de Cristo, para a qual fostes chamados a fim de formar um único corpo. E sede agradecidos.
16 A palavra de Cristo permaneça entre vós em toda a sua riqueza, de sorte que com toda a sabedoria vos possais instruir e exortar mutuamente. Sob a inspiração da graça cantai a Deus de todo o coração salmos, hinos e cânticos espirituais.
17 Tudo quanto fizerdes, por palavra ou por obra, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.
18 Mulheres, sede submissas a vossos maridos, porque assim convém, no Senhor.
19 Maridos, amai as vossas mulheres e não as trateis com aspereza.
20 Filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto agrada ao Senhor.
21 Pais, deixai de irritar vossos filhos, para que não se tornem desanimados.
Palavra do Senhor.
 Leitura – colossenses 3, 12-21 – “amor mútuo ”

O sinal que nós podemos dar ao mundo de que realmente vivemos de acordo com os conselhos evangélicos é, exatamente, fazermos  um teste para comprovar se estamos vivenciando a misericórdia, a bondade, a humildade, a mansidão e a paciência nos nossos relacionamentos. Todas essas virtudes têm como fundamento o amor ao próximo que é o mandamento maior da Lei de Deus. O perdoar, o suportar uns aos outros, a paz nos relacionamentos, a compreensão são uma consequência da vivência do amor por meio das virtudes que estão relacionadas acima. Porém, São Paulo nos exorta também a praticar um amor responsável que sabe ensinar e admoestar ao outro com toda a sabedoria sem omitir-se nas horas da necessidade de correção. Demonstramos também que vivemos segundo os preceitos cristãos quando sabemos ser agradecidos e cantamos louvores ao Senhor pelos Seus benefícios. Finalmente ele dá conselhos úteis aos maridos e às mulheres, aos pais e filhos para que dentro da Lei divina do amor recíproco compartilhem a vida dando espaço uns aos outros para a vivência da paz.
Evangelho (Lucas 2,40-52)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Que a paz de Cristo reine em vossos corações e ricamente habite em vós sua palavra! (Cl 3,15s).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
2 41 Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém para a festa da Páscoa.
42 Tendo ele atingido doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume da festa.
43 Acabados os dias da festa, quando voltavam, ficou o menino Jesus em Jerusalém, sem que os seus pais o percebessem.
44 Pensando que ele estivesse com os seus companheiros de comitiva, andaram caminho de um dia e o buscaram entre os parentes e conhecidos.
45 Mas não o encontrando, voltaram a Jerusalém, à procura dele.
46 Três dias depois o acharam no templo, sentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os.
47 Todos os que o ouviam estavam maravilhados da sabedoria de suas respostas.
48 Quando eles o viram, ficaram admirados. E sua mãe disse-lhe: “Meu filho, que nos fizeste?! Eis que teu pai e eu andávamos à tua procura, cheios de aflição”.
49 Respondeu-lhes ele: “Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de meu Pai?”
50 Eles, porém, não compreenderam o que ele lhes dissera.
51 Em seguida, desceu com eles a Nazaré e lhes era submisso. Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração.
52 E Jesus crescia em estatura, em sabedoria e graça, diante de Deus e dos homens.
Palavra da Salvação.
 

Evangelho – Lucas 2, 41-52 – “ocupar-se com as coisas do Pai

Obedientes à Palavra de Deus, José e Maria cumpriam à risca todas as formalidades participando dos eventos normalmente como todo o povo judeu. Jesus também os acompanhava e lhes era submisso.  Naquele dia, no entanto, em que se comemorava em Jerusalém a festa da Páscoa, (relembrando a saída do povo de Deus do Egito), percebendo o Seu chamado para ocupar-se das coisas do Pai, Jesus afastou-se deles e ficou em Jerusalém. Foi encontrado no templo, entre os doutores da lei. Aos doze anos, portanto, Jesus já dava testemunho de que conhecia as Escrituras e que a sabedoria do Espírito estava com Ele, quando  desvendava para os mestres da Lei, os mistérios de Deus. Ao encontra-los seus pais estavam angustiados, no entanto, as Suas palavras os levaram à admiração, ao mesmo tempo em que, apesar de não compreenderem, aceitarem, pois aquele acontecimento era obra de Deus Pai. “Sua Mãe, porém, conservava no coração todas essas coisas!” A graça e a sabedoria do Espírito nos fazem também “perceber” o tempo de ocuparmo-nos com as “coisas do Pai”. Chega um momento na nossa vida que o Senhor nos atrai e nos chama para enfrentarmos os mestres e os sábios do mundo, mesmo que nos achemos pequenos demais para isto. O poder de Deus é imensurável, e é Ele quem nos capacita, nos orienta e nos faz abrir a boca para “ensinar” aos “doutores da Lei”. Jesus não foi encontrado no meio dos seus parentes, mas na casa do Pai, lá onde flui o amor, a adoração, a oração, a comunidade. Nós também, como cristãos, não precisamos estar somente pertinho dos nossos entes mais queridos, mas o Senhor quer que nós também estejamos em Comunidade, edificando o Seu reino de  amor. Assim como Maria conservava no coração tudo o quanto percebia como sinal de Deus nós precisamos também estar atentos (as), pois o Pai traçou o Seu Plano no mapa que está gravado no nosso interior. – Você é uma pessoa submissa à vontade de Deus? – Você tem ajudado a que outras pessoas compreendem as Escrituras? – Você já está também crescendo em sabedoria e graça? – Como é o seu testemunho dentro da sua casa? As pessoas notam que você é de DEUS?
Comentário ao Evangelho
Lucas, em seu Evangelho e em Atos, destaca Jerusalém como centro de irradiação do cristianismo. Assim, seu Evangelho, desde o início, com as narrativas de infância, realça Jerusalém (Zacarias no templo, apresentação no templo, Jesus entre os doutores) e encerra-se em Jerusalém. Sua intenção teológica é apresentar o cristianismo como um novo Israel, que se irradia a partir da velha Jerusalém. Os demais evangelistas apresentam a Galiléia, e não Jerusalém, como centro de retomada da missão, depois da ressurreição. Este episódio da ida da família de Jesusa Jerusalém assemelha-se à ida de Ana, com seu filho Samuel, à casa do Senhor, em Silo (primeira leitura). A cena do menino Jesus entre os doutores no templo envolve temas que serão aprofundados ao longo do Evangelho. Ao afi rmar "eu devo estar na casa ("naquilo") que é de meu pai", Jesus revela-se como Filho de Deus. Inicia seu ensinamento no templo, voltando depois para denunciá-lo por ter-se transformado em covil de ladrões. Priorizando o que é do Pai, mesmo obediente a seus pais, Jesus indica que a família, sendo todos fi lhos de Deus (segunda leitura), deve ser estabelecida em torno do cumprimento da vontade do Pai. A Sagrada Família questiona e convida à conversão aquelas famílias estabelecidas sob a continuidade do vínculo sangüíneo de raça eleita, bem como as famílias tradicionais, conservadoras em torno de suas propriedades e riquezas.
Sobre as oferendas
Nós vos oferecemos, ó Deus, este sacrifício de reconciliação e pedimos, pela intercessão da virgem mãe de Deus e do bem-aventurado são José, que firmeis nossas famílias na vossa graça, conservando-as na vossa paz. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: O nosso Deus foi visto nesta terra e conviveu com os homens (Br 3,38).
Depois da comunhão
Concedei-nos, ó Pai, na vossa bondade, que, refeitos com o vosso sacramento, imitemos continuamente a Sagrada Família e, após as dificuldades desta vida, convivamos com ela no céu. Por Cristo, nosso Senhor.
Santo do Dia / Comemoração (SAGRADA FAMÍLIA DE JESUS, MARIA E JOSÉ)
O projeto de Deus para a redenção de toda a humanidade tem como centro a encarnação do seu Filho como homem vivendo entre nós. Quis que seu amado Filho fosse o exemplo de tudo. Por isso ele foi acolhido no seio de uma verdadeira família. Uma humilde, boa e honrada família, ligada pela fé e os bons costumes. Ele escolheu, seus anjos agiram e a Sagrada Família foi constituída.

Deus Pai enviou Jesus com a natureza divina e a natureza humana: o Verbo encarnado, trazendo a sua redenção para todos os seres humanos. Ou seja: a salvação do ser humano somente se dá através de Jesus, quem crer e seguir terá a vida eterna no Reino de Deus.

Assim,Jesus nasceu numa verdadeira família para receber tudo o que necessitava para crescer e viver, mesmo sendo muito pobre. Teve o amor dos pais unidos pela religião, trabalhadores honrados, solidários com a comunidade, conscientes e responsáveis por sua formação escolar, cívica, religiosa e profissional. Maria, José e Jesus são o símbolo da verdadeira família idealizada pelo Criador.

A única diferença, que a tornou a "Sagrada Família", foi a sua abnegação, a aceitação e a adesão ao projeto de Deus, com a entrega plena às suas disposições. Mesmo assim,não perderam sua condição humana, imprescindível para que todas as profecias se cumprissem.

A família residiu em Nazaré até que Jesus estivesse pronto para desempenhar sua missão.

Lá, Jesus aprendeu a andar, correr, brincar, comer, rezar, cresceu, estudou, foi aprendiz e auxiliar de seu pai adotivo, José, a quem amava muito e que por ele era muito amado também. Foi um filho obediente à mãe, Maria, e demonstrou isso já bem adulto, e na presença dos apóstolos, nas bodas de Caná, quando, a pedido de Maria, operou o milagre do vinho.

Quando o Messias começou a trilhar os caminhos, aldeias e cidades, pregando o Evangelho, era reconhecido como o filho de José, o carpinteiro da Galiléia. Até ser identificado como o Filho de Deus aguardado pelo povo eleito, Jesus trabalhou como todas as pessoas fazem. Conheceu as agruras dos operários, suas dificuldades e o suor necessário para ganhar o pão de cada dia.

Essa família é o modelo de todos os tempos. É exemplar para toda a sociedade, especialmente nos dias de hoje, tão atormentada por divórcios e separações de tantos casais, com filhos desajustados e todos infelizes. A família deve ser criada no amor, na compreensão, no diálogo, com consciência de que haverá momentos difíceis e crises formais. Só a certeza e a firmeza nos propósitos da união e a fé na bênção de Deus recebida no casamento fará tudo ser superado. Pedir esse sacramento à Igreja é uma decisão de grande responsabilidade, ainda maior nos novos tempos, onde tudo é passageiro, fútil e superficial.

Esta celebração serve para que todas as famílias se lembrem da humilde Sagrada Família, que mudou o rumo da humanidade. Ela representa o gesto transcendente de Deus, que se acolheu numa família humana para ensinar o modo de ser feliz: amar o próximo como a nós mesmos. A Igreja comemora a festa da Sagrada Família em data móvel, no domingo após o Natal, ou, alternativamente, no dia 29 de novembro.