terça-feira, 4 de dezembro de 2012


DIA 4 DE DEZEMBRO - TERÇA-FEIRA

I SEMANA DO ADVENTO *
(ROXO, PREFÁCIO DO ADVENTO I – OFÍCIO DO DIA)

Antífona da entrada: Eis que o Senhor virá e com ele todos os seus santos, e haverá uma grande luz naquele dia (Zc 14,5.7).
Oração do dia
Sede propício, ó Deus, às nossas súplicas e auxiliai-nos em nossa tribulação. Consolados pela vinda do vosso Filho, sejamos purificados da antiga culpa. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Isaías 11,1-10)
Leitura do livro do profeta Isaías.
1 1 Um renovo sairá do tronco de Jessé, e um rebento brotará de suas raízes.
2 Sobre ele repousará o Espírito do Senhor, Espírito de sabedoria e de entendimento, Espírito de prudência e de coragem, Espírito de ciência e de temor ao Senhor.
3 (Sua alegria se encontrará no temor ao Senhor.) Ele não julgará pelas aparências, e não decidirá pelo que ouvir dizer;
4 mas julgará os fracos com eqüidade, fará justiça aos pobres da terra, ferirá o homem impetuoso com uma sentença de sua boca, e com o sopro dos seus lábios fará morrer o ímpio.
5 A justiça será como o cinto de seus rins, e a lealdade circundará seus flancos.
6 Então o lobo será hóspede do cordeiro, a pantera se deitará ao pé do cabrito, o touro e o leão comerão juntos, e um menino pequeno os conduzirá;
7 a vaca e o urso se fraternizarão, suas crias repousarão juntas, e o leão comerá palha com o boi.
8 A criança de peito brincará junto à toca da víbora, e o menino desmamado meterá a mão na caverna da áspide.
9 Não se fará mal nem dano em todo o meu santo monte, porque a terra estará cheia de ciência do Senhor, assim como as águas recobrem o fundo do mar.
10 Naquele tempo, o rebento de Jessé, posto como estandarte para os povos, será procurado pelas nações e gloriosa será a sua morada.
Palavra do Senhor.
Reflexão Pessoal – Isaías 11, 1-10 – “o rebento de uma flor”

O profeta Isaías prediz a vinda de Jesus, rebento de uma flor, sobre quem repousará o Espírito de Deus e trará justiça para os humildes e pacíficos.  Assim, ele prenuncia o reino de Deus que vem sob as bênçãos do Espírito Santo derramadas por Jesus sobre toda a humanidade. As profecias de Isaías já aconteceram, Jesus já veio e, hoje, sob a ação do Espírito Santo todos nós podemos vivenciar o reino dos céus, onde “o lobo e o cordeiro vivem juntos”; “o leopardo deita-se ao lado do cabrito”  e “a criança brinca com a cobra”.  Isto significa dizer que todos nós podemos conviver em paz uns com os outros pela ação poderosa do Espírito de Deus que distribui a todos os dons de santificação ou dons infusos, que contribuem para o nosso aperfeiçoamento. Os dons infusos do Espírito Santo são um presente  de Deus para nós e nos motivam a participar da essência de Jesus Cristo que é  santidade e perfeição no amor. No Batismo nós recebemos o Espírito Santo e com Ele todos os dons, a saber: sabedoria, discernimento, conselho, fortaleza, ciência, temor de Deus e piedade que é a justiça. Os dons do Espírito Santo nos ajudam na nossa santificação assim como também contribuem para que possamos viver em harmonia uns com os outros. Sob a ação do Espírito podemos por em prática ações de concórdia e entendimento, cultivando bons relacionamentos, apesar das nossas diferenças. Por essa razão o profeta destaca a harmonia entre lobo e cordeiro, bezerro e o leão, a cobra e o menino desmamado. Isto significa que nós homens e mulheres cheios do Espírito Santo e dos seus dons podemos nos relacionar, apesar das nossas divergências. Jesus é o sinal entre os povos que se ergueu na Cruz para gerar entendimento entre todas as nações e trazer a salvação para toda a humanidade. – Você tem consciência dos dons que possui? – Você tem usado bem esses dons, presentes do Espírito Santo? -  Você tem consciência de que esses dons são para a sua santificação? – Você sabia que eles far-lhe-ão viver melhor os seus relacionamentos com as outras pessoas?
Salmo responsorial 71/72
Nos seus dias, a justiça florirá
e paz em abundância para sempre. 

Dai ao rei vossos poderes, Senhor Deus,
vossa justiça ao descendente da realeza!
Com justiça ele governe o vosso povo,
com equidade ele julgue os vossos pobres.

Nos seus dias, a justiça florirá
e grande paz, até que a lua perca o brilho!
De mar a mar estenderá o seu domínio,
e desde o rio até os confins de toda a terra!

Libertará o indigente que suplica,
e o pobre ao qual ninguém quer ajudar.
Terá pena do indigente e do infeliz,
e a vida dos humildes salvará.

Seja bendito o seu nome para sempre!
E que dure como o sol sua memória!
Todos os povos serão nele abençoados,
todas as gentes cantarão o seu louvor!
Salmo 71 – “Nos seus dias, a justiça florirá, e paz em abundância para sempre.”

O salmista canta os poderes do Rei que vem para governar a terra com justiça e equidade. A justiça de Deus é o amor e o fruto da justiça é a paz. Jesus já veio inserir na terra o Seu reino de amor e revelar ao homem a misericórdia de Deus e um dia retornará para julgar as nações e, definitivamente, aqui instalar-se para cumprir a promessa de novo céu e de uma nova terra.
Evangelho (Lucas 10,21-24)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eis que virá o nosso Deus com poder e majestade. E ele há de iluminar os olhos dos seus servos. 

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
10 21 Naquele mesma hora, Jesus exultou de alegria no Espírito Santo e disse: “Pai, Senhor do céu e da terra, eu te dou graças porque escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, bendigo-te porque assim foi do teu agrado.
22 Todas as coisas me foram entregues por meu Pai. Ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai, nem quem é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar”.
23 E voltou-se para os seus discípulos, e disse: “Ditosos os olhos que vêem o que vós vedes,
24 pois vos digo que muitos profetas e reis desejaram ver o que vós vedes, e não o viram; e ouvir o que vós ouvis, e não o ouviram”.
Palavra da Salvação.

Evangelho – Lucas 10, 21-24 – “O reino dos céus é dos pequeninos!”

Cheio do Espírito Santo Jesus louvou o Pai quando os Seus discípulos voltaram anunciando as maravilhas que lhes sucederam depois que saíram anunciando o reino de Deus.  Jesus exultou no Espírito, porque percebeu que os Seus discípulos agora, enxergavam claramente a missão a que haviam sido chamados. Do mesmo modo Jesus se alegra quando a ação do Espírito Santo em nós nos leva a uma compreensão das coisas do alto numa perspectiva espiritual completamente diversa daquela que apreendemos com a nossa humanidade. Assim, Jesus louvou ao Pai pelos Seus discípulos, pequeninos, sem muita instrução, mas cheios da alegria do Espírito. Somente os pequeninos, isto é, os que abrem o coração e não colocam a razão em primeiro lugar, poderão distinguir os prodígios e milagres que acontecem quando o reino de Deus se lhes manifesta pela ação do Espírito Santo. Assim também acontece conosco!  Só conseguimos propagar eficazmente  o reino dos céus aqui na terra, quando ele já está acontecendo na nossa vida e experimentamos a ação do Espírito Santo. À medida que abrimos mais e mais o nosso coração vamos também experimentando a alegria e a felicidade interior. Assim como exultou no Espírito Santo diante dos Seus discípulos, Jesus também o faz hoje, porque o Pai nos revela as coisas do Seu coração. Só os humildes e pequeninos podem “entender” os mistérios do céu. Jesus é a própria revelação de Deus e todos os que aceitam Jesus e nele creem, são os pequeninos que veem, ouvem e sentem a felicidade e a paz do Senhor. Hoje também Jesus nos alerta: “Felizes os olhos que veem o que vós vedes!”   O Pai se dá a conhecer por meio da revelação do Filho e quanto mais conhecermos a Jesus, mais   teremos comunhão com o Pai e poderemos viver a felicidade tão almejada. Somos felizes porque os nossos olhos veem mais além das aparências e podemos, na reflexão da Palavra de Deus, descobrir os Seus segredos e os Seus planos para nós e para a humanidade. Somos chamados (as) no tempo atual da nossa vida a ver e ouvir o que o Senhor tem para nos revelar.   Não percamos tempo: o Senhor tem muito a nos mostrar e também a nos falar. - Você é pequenino (a) ou sábio (a) e inteligente? Você é uma pessoa atenta aos mistérios de Deus?- Você enxerga as maravilhas de Deus na sua vida?– Quando você medita sobre a Palavra de Deus você se limita ao que está escrito, ou você percebe nas entrelinhas uma mensagem para a sua vida?.
Comentário ao Evangelho
A FELICIDADE DE VER O MESSIASOs discípulos foram declarados felizes por terem visto e reconhecido o Messias Jesus. Esta felicidade foi ansiada, ao longo da história de Israel, por "muitos profetas e reis" que nutriam a esperança de vê-lo. O desejo deles, porém, não foi realizado.
Entretanto, a graça de ver o Messias tem dois pressupostos. O primeiro diz respeito à ação divina como propiciadora desta experiência. Só pode reconhecer o Messias, Filho de Deus, aquele a quem o Pai o quiser revelar. A simples iniciativa ou a curiosidade humana são insuficientes. O máximo que se poderá alcançar é a visão da realidade humana do Messias, seu aspecto exterior e suas características secundárias. Sua verdadeira identidade de Filho de Deus só pode ser conhecida por aqueles a quem o Pai revelar. Privado deste dado fundamental, esse conhecimento da pessoa do Messias Jesus esvazia-se e perde toda a  sua relevância.
O segundo pressuposto refere-se à postura espiritual de quem recebe a graça de reconhecer o Messias. Somente os simples e pequeninos, os não contaminados pelo espírito de soberba próprio dos sábios e entendidos deste mundo, é que terão acesso a este conhecimento elevado. O que os sábios em vão buscam conseguir, aos pequeninos é revelado diretamente por Deus. Estes têm a felicidade de ver e ouvir o Messias e predispor-se a acolher o Reino proclamado por ele.

Oração
Pai, dá-me um coração de pobre disposto a acolher a revelação de teu Filho Jesus que tu me fazes. Que eu tenha a felicidade de reconhecê-lo, com a ajuda de tua graça.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Sobre as oferendas
Acolhei, ó Deus, com bondade nossas humildes preces e oferendas e, como não podemos invocar nossos méritos, venha em nosso socorro a vossa misericórdia. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: O Senhor, justo juiz, dará a coroa da justiça aos que esperam com amor a sua vinda (2Tm 4,8).
Depois da comunhão
Alimentados pelo pão espiritual, nós vos suplicamos, ó Deus, que, pela participação nesta eucaristia, nos ensineis a julgar com sabedoria os valores terrenos e colocar nossas esperanças nos bens eternos. Por Cristo, nosso Senhor.


MEMÓRIA FACULTATIVA

SÃO JOÃO DAMASCENO
(BRANCO - OFÍCIO DA MEMÓRIA)

Oração do dia: Concedei-nos, ó Deus, encontrar apoio nas orações do presbítero são João Damasceno, para que a verdadeira fé, por ele ensinada de modo tão eminente, seja sempre nossa luz e nossa força. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Sobre as oferendas: Seja do vosso agrado, ó Pai, este sacrifício, celebrando na festa de são João Damasceno, e, seguindo seu exemplo, seja plena a nossa dedicação ao vosso louvor. Por Cristo, nosso Senhor.
Depois da comunhão: Ó Pai, instruí pelo Cristo mestre aos que saciastes com o Cristo que é pão da vida, para que, na festa de são João Damasceno, possamos aprender a verdade e vive-la com amor. Por Cristo, nosso Senhor.
Santo do Dia / Comemoração (SÃO JOÃO DAMASCENO):
João Damasceno é considerado o último dos santos Padres orientais da Igreja, antes que o Oriente se separasse definitivamente de Roma, no ano 1054. Uma das grandes figuras do cristianismo, não só da época em que viveu, mas de todos os tempos, especialmente pela obra teológica que nos legou. Seu nome de batismo era João Mansur. Nasceu no seio de uma família árabe cristã no ano 675, em Damasco, na Síria. Veio daí seu apelido "Damasceno" ou "de Damasco". Nessa época a cidade já estava dominada pelos árabes muçulmanos, que acabavam de conquistar, também, a Palestina. No início da ocupação, ainda se permitia alguma liberdade de culto e organização dos cristãos, dessa forma o convívio entre as duas religiões era até possível. A família dos Mansur ocupava altos postos no governo da cidade, sob a administração do califa muçulmano, espécie de prefeito árabe. Dessa maneira, na juventude, João, culto e brilhante, se tornou amigo do califa, que depois o nomeou seu conselheiro, com o título de grão-visir de Damasco. Mas como era, ao mesmo tempo, um cristão reto e intransigente com a verdadeira doutrina, logo preferiu se retirar na Palestina. Foi ordenado sacerdote e ingressou na comunidade religiosa de São Sabas, e desde então viveu na penitência, na solidão, no estudo das Sagradas Escrituras, dedicado à atividade literária e à pregação. Saía do convento apenas para pregar na igreja do Santo Sepulcro, para defender o rigor da doutrina. Suas homilias, depois, eram escritas e distribuídas para as mais diversas dioceses, o que o fez respeitado no meio do clero e do povo. Também a convite de João V, bispo de Jerusalém, participou, ao seu lado, no Concílio ecumênico de Nicéia, defendendo a posição da Igreja contra os hereges iconoclastas. O valor que passou para a Igreja foi através da santidade de vida, da humildade e da caridade, que fazia com que o povo já o venerasse como santo ainda em vida. Além disso, por sua obra escrita, sintetizando os cinco primeiros séculos de tentativas e esforços de sedimentação do cristianismo. Suas obras mais importantes são "A fonte da ciência", "A fé ortodoxa", "Sacra paralela" e "Orações sobre as imagens sagradas", onde defende o culto das imagens nas igrejas, contra o conceito dos iconoclastas. Por causa desse livro, João Damasceno foi muito perseguido e até preso pelos hereges. Até mesmo o califa foi induzido a acreditar que João Damasceno conspirava, junto com os cristãos, contra ele. Mandou prendê-lo a aplicar-lhe a lei muçulmana: sua mão direita foi decepada, para que não escrevesse mais. Mas pela fé e devoção que dedicava à Virgem Maria tanto rezou que a Mãe recolocou a mão no lugar e ele ficou curado. E foram inúmeras orações, hinos, poesias e homilias que dedicou, especialmente, a Nossa Senhora. Através de sua obra teológica foi ele quem deu início à teologia mariana. Morreu no ano 749, segundo a tradição, no Mosteiro de São Sabas. Tão importante foi sua contribuição para a Igreja que o papa Leão XIII o proclamou doutor da Igreja e os críticos e teólogos o declararam "são Tomás do Oriente". Sua celebração, no novo calendário litúrgico da Igreja, ocorre no dia 4 de dezembro.


Nenhum comentário:

Postar um comentário