Liturgia Diária

Domingo, 15/Fevereiro/2015


6º Domingo do Tempo Comum


Primeira Leitura (Lv 13,1-2.44-46)

Leitura do Livro do Levítico:
1O Senhor falou a Moisés e Aarão, dizendo: 2“Quando alguém tiver na pele do seu corpo alguma inflamação, erupção ou mancha branca, com aparência do mal da lepra, será levado ao sacerdote Aarão ou a um dos seus filhos sacerdotes.
44Se o homem estiver leproso é impuro, e como tal o sacerdote o deve declarar. 45O homem atingido por este mal andará com as vestes rasgadas, os cabelos em desordem e a barba coberta, gritando: ‘Impuro! Impuro!’
46Durante todo o tempo em que estiver leproso será impuro; e, sendo impuro, deve ficar isolado e morar fora do acampamento”.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Salmo (Sl 31)

— Sois, Senhor, para mim, alegria e refúgio.
— Sois, Senhor, para mim, alegria e refúgio.

— Feliz o homem que foi perdoado/ e cuja falta já foi encoberta!/ Feliz o homem a quem o Senhor/ não olha mais como sendo culpado,/ e em cuja alma não há falsidade!
— Eu confessei, afinal, meu pecado,/ e minha falta vos fiz conhecer./ Disse: “Eu irei confessar meu pecado!”/ E perdoastes, Senhor, minha falta.
— Regozijai-vos, ó justos, em Deus,/ e no Senhor exultai de alegria!/ Corações retos, cantai jubilosos!

Segunda Leitura (1Cor 10,31-11,1)

Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios:
Irmãos: 10,31Quer comais, quer bebais, quer façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus.
32Não escandalizeis ninguém, nem judeus, nem gregos, nem a Igreja de Deus.
33Fazei como eu, que procuro agradar a todos, em tudo, não buscando o que é vantajoso para mim mesmo, mas o que é vantajoso para todos, a fim de que sejam salvos.
11,1Sede meus imitadores, como também eu o sou de Cristo.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Evangelho (Mc 1,40-45)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 40 um leproso chegou perto de Jesus e, de joelhos, pediu: “Se queres, tens o poder de curar-me”.
41Jesus, cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele e disse: “Eu quero: fica curado!”.
42No mesmo instante a lepra desapareceu e ele ficou curado.
43Então Jesus o mandou logo embora, 44falando com firmeza: “Não contes nada disso a ninguém! Vai, mostra-te ao sacerdote e oferece, pela tua purificação, o que Moisés ordenou, como prova para eles!”
45Ele foi e começou a contar e a divulgar muito o fato. Por isso Jesus não podia mais entrar publicamente numa cidade; ficava fora, em lugares desertos. E de toda parte vinham procurá-lo.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
COMENTÁRIO
O Senhor cura todos os dias a alma de todo o homem que Lho implora, que O adora piedosamente e que proclama com fé estas palavras: «Senhor, se quiseres, podes curar-me», seja qual for o número das suas faltas. «É que acreditar de coração leva a obter a justiça» (Rom 10,10). Temos pois de dirigir os nossos pedidos a Deus cheios de confiança, sem nunca duvidar do seu poder. […] É por essa razão que o Senhor responde imediatamente ao leproso que Lho suplica: «Quero». Porque, mal o pecador começa a orar com fé, a mão do Senhor começa a tratar a lepra da sua alma. […]
Este leproso dá-nos um conselho muito bom sobre a forma de rezar: ele não põe em dúvida a vontade do Senhor, como se se recusasse a crer na sua bondade; mas, consciente da gravidade das suas faltas, também não presume dessa vontade. Ao dizer ao Senhor que, se Ele quiser, pode purificá-lo, afirma que esse poder pertence ao Senhor e ao mesmo tempo afirma a sua fé. […] Se a fé for fraca, tem primeiramente de ser fortificada; pois só nessa altura revelará todo o seu poder para obter a cura da alma e do corpo.
É certamente sobre esta fé que fala o apóstolo Pedro quando diz que o Senhor purificou «os seus corações pela fé» (Act 15,9). […] A fé pura, vivida no amor, mantida pela perseverança, paciente na espera, humilde na sua afirmação, firme na confiança, cheia de respeito na oração e de sabedoria no que pede, tem a certeza de escutar em todas as circunstâncias esta palavra do Senhor: «Quero».



A serpente era o mais astuto de todos os animais selvagens que o Senhor Deus fizera; e disse à mulher: «É verdade ter-vos Deus proibido comer o fruto de alguma árvore do jardim?» A mulher respondeu-lhe: «Podemos comer o fruto das árvores do jardim; mas, quanto ao fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse: ‘Nunca o deveis comer, nem sequer tocar nele, pois, se o fizerdes, morrereis.’ A serpente retorquiu à mulher: ‘Não, não morrereis; porque Deus sabe que, no dia em que o comerdes, abrir-se-ão os vossos olhos e sereis como Deus, ficareis a conhecer o bem e o mal’.» Vendo a mulher que o fruto da árvore devia ser bom para comer, pois era de atraente aspecto e precioso para esclarecer a inteligência, agarrou do fruto, comeu, deu dele também a seu marido, que estava junto dela, e ele também comeu. Então, abriram-se os olhos aos dois e, reconhecendo que estavam nus, coseram folhas de figueira umas às outras e colocaram-nas, como se fossem cinturas, à volta dos rins. Ouviram, então, a voz do Senhor Deus, que percorria o jardim pela brisa da tarde, e o homem e a sua mulher logo se esconderam do Senhor Deus, por entre o arvoredo do jardim.

Sexta-feira, dia 13 de Fevereiro de 2015 – Livro de Salmos 32(31),1-2.5.6.7.

Feliz daquele a quem foi perdoada a culpa
e absolvido o pecado.
Feliz o homem a quem o Senhor não acusa de iniquidade
e em cujo espírito não há engano.
Confessei-vos o meu pecado
e não escondi a minha culpa.
Disse: Vou confessar ao Senhor a minha falta,
e logo me perdoastes a culpa do pecado.
Assim também todo fiel recorrerá a vós 
no momento da necessidade. 
Quando transbordarem muitas águas, 
elas não chegarão até ele. 
Vós sois o meu refúgio, defendei-me dos perigos,
fazei que à minha volta só haja hinos de vitória.

Sexta-feira, dia 13 de Fevereiro de 2015 – 

Evangelho segundo São Marcos 7,31-37.


Naquele tempo, Jesus deixou de novo a região de Tiro, veio por Sídon para 
o mar da Galileia, atravessando o território da Decápole. 
Trouxeram-lhe um surdo tartamudo e rogaram-lhe que impusesse as mãos 
sobre ele. 
Afastando-se com ele da multidão, Jesus meteu-lhe os dedos nos ouvidos e 
fez saliva com que lhe tocou a língua. 
Erguendo depois os olhos ao céu, suspirou dizendo: «Effathá», que quer dizer
 «abre-te.» 
Logo os ouvidos se lhe abriram, soltou-se a prisão da língua e falava correctamente. 
Jesus mandou-lhes que a ninguém revelassem o sucedido; mas quanto mais lho
 recomendava, mais eles o apregoavam. 
No auge do assombro, diziam: «Faz tudo bem feito: faz ouvir os surdos e falar os 
mudos.»

Sexta-feira, dia 13 de Fevereiro de 2015 – 

Comentário de Santo Efrém

A força divina que o homem não pode tocar desceu e envolveu-Se num corpo palpável, 
para que os pobres a toquem e para que, ao tocarem a humanidade de Cristo, captem a
sua divindade. Através de dedos de carne, o surdo-mudo sentiu que lhe tocavam nos 
ouvidos e na língua: através de dedos palpáveis, captou a divindade intocável naquele
 momento em que o nó da sua língua foi rompido, naquele momento em que as portas
 fechadas dos seus ouvidos ficaram abertas. Porque o arquitecto e o artesão do corpo 
veio até ele, e com palavras suaves criou, sem dor, aberturas nos seus ouvidos surdos; 
então, também aquela boca fechada, até ali incapaz de articular palavra, pôs no mundo
 o louvor daquele que assim fazia a sua esterilidade dar fruto.
De igual modo, o Senhor fez uma lama com a sua saliva e estendeu-a sobre os olhos do
cego de nascença (Jo 9,6) para nos fazer compreender que faltava alguma coisa a este, 
tal como ao surdo-mudo; uma imperfeição inata do nosso barro humano foi assim suprimida
graças ao fermento que vem do seu corpo perfeito. […] Para compensar o que faltava a estes
 corpos humanos, Ele deu qualquer coisa de Si mesmo, tal como a Si mesmo Se dá como
 alimento [na eucaristia]. É este o meio pelo qual Ele anula os defeitos e ressuscita os mortos,
 para podermos reconhecer que, graças ao seu corpo «onde habita a plenitude da divindade» 
(Col 2,9), os defeitos da nossa humanidade são colmatados, e que a verdadeira vida é dada 
aos mortais por este corpo onde habita a verdadeira vida.

  • Segunda-feira, dia 9 de Fevereiro de 2015 – Livro de Génesis 1,1-19.
  • Segunda-feira, dia 9 de Fevereiro de 2015 – Livro de Salmos 104(103),1-2a.5-6.10.12.24.35c.
  • Segunda-feira, dia 9 de Fevereiro de 2015 – Evangelho segundo São Marcos 6,53-56.
  • Segunda-feira, dia 9 de Fevereiro de 2015 – Comentário de São Gregório Magno
  • Livro de Génesis 1,1-19. No princípio, quando Deus criou os céus e a terra, 
    A terra estava deserta e vazia, as trevas cobriam a superfície do abismo e o espírito de Deus pairava sobre as águas.
    Disse Deus: «Faça-se a luz». E a luz apareceu.
    Deus viu que a luz era boa, e separou a luz das trevas.
    Deus chamou ‘dia’ à luz e ‘noite’ às trevas. Veio a tarde e, em seguida, a manhã: era o primeiro dia.
    Disse Deus: «Haja um firmamento no meio das águas, para as manter separadas umas das outras».
    Deus fez o firmamento e separou as águas que estavam debaixo do firmamento das águas que estavam por cima dele.
    E ao firmamento chamou ‘céu’. Veio a tarde e, em seguida, a manhã: foi o segundo dia.
    Disse Deus: «Juntem-se as águas que estão debaixo do firmamento num só lugar e apareça a terra seca».
    E assim sucedeu. À parte seca Deus chamou ‘terra’ e ‘mar’ ao conjunto das águas. E Deus viu que isto era bom.
    Disse Deus: «Cubra-se a terra de verdura: ervas que deem sementes e árvores de fruto, que produzam sobre a terra frutos com a sua semente, segundo a própria espécie». E assim sucedeu.
    A terra produziu verdura: erva que produz semente, segundo a sua espécie, e árvores que dão frutos com a sua semente, segundo a própria espécie. Deus viu que isto era bom.
    Veio a tarde e, em seguida, a manhã: foi o terceiro dia.
    Disse Deus: «Haja luzeiros no firmamento do céu, para distinguirem o dia da noite e servirem de sinais para as festas, os dias e os anos,
    para que brilhem no firmamento do céu e iluminem a terra». E assim sucedeu.
    Deus fez dois grandes luzeiros: o maior para presidir ao dia e o menor para presidir à noite; e fez também as estrelas.
    Deus colocou-os no firmamento do céu para iluminarem a terra,
    para presidirem ao dia e à noite e separarem a luz das trevas. Deus viu que isto era bom.
    Veio a tarde e, em seguida, a manhã: foi o quarto dia.
  • Livro de Salmos 104(103),1-2a.5-6.10.12.24.35c. Bendiz, ó minha alma, o Senhor.
    Senhor, meu Deus, como sois grande!
    Revestido de esplendor e majestade,
    Senhor, meu Deus, como Tu és grande!  
    Estás envolto num manto de luz 
    e estendeste os céus como um véu. 
    Fundastes a terra sobre alicerces firmes:
    não oscilará por toda a eternidade.
    Vós a cobristes com o manto do oceano,
    por sobre os montes pousavam as águas.
    Transformais as fontes em rios
    que correm entre as montanhas.
    Nas suas margens habitam as aves do céu;
    por entre a folhagem fazem ouvir o seu canto.
    Como são grandes as vossas obras!
    Tudo fizestes com sabedoria:
    a terra está cheia das vossas criaturas.
    Desapareçam da terra os pecadores! 
    Os ímpios deixem de existir! 
    Bendiz, ó minha alma, o Senhor! Aleluia!
  • Evangelho segundo São Marcos 6,53-56. Naquele tempo, Jesus e os seus discípulos fizeram a travessia do lago e vieram para terra em Genesaré, onde aportaram.
    Quando saíram do barco, as pessoas reconheceram logo Jesus;
    então percorreram toda aquela região e começaram a trazer os doentes nos catres, para onde ouviam dizer que Ele estava.
    Nas aldeias, cidades ou casais onde Jesus entrasse, colocavam os enfermos nas praças públicas e pediam que os deixasse tocar-Lhe ao menos na orla do manto. E todos os que O tocavam ficavam curados.
  • Comentário de São Gregório Magno Coloquemos perante o nosso olhar interior um ferido grave prestes a exalar o último suspiro. […] A ferida da alma é o pecado, de que as Escrituras falam nestes termos: «Tudo são feridas, contusões, chagas vivas que não foram curadas nem ligadas nem suavizadas com óleo» (Is 1,6). Tu que estás ferido, reconhece o teu Médico dentro de ti e mostra-Lhe as chagas dos teus pecados. Que Ele ouça os gemidos do teu coração, Ele que conhece todos os pensamentos secretos. Que as tuas lágrimas O comovam. Vai a ponto de seres um pouco impertinente na tua súplica (cf Lc 11,8). Do fundo do teu coração envia-Lhe sem cessar suspiros profundos.
    Que a tua dor chegue até Ele para que Ele te diga também: «O Senhor perdoou o teu pecado» (2Sam 12,13). Grita com David, que disse: «Tende piedade de mim, Senhor […], segundo a Vossa grande misericórdia» (Sl 50,3). É como se ele dissesse: «Corro grande perigo devido a uma enorme ferida que nenhum médico pode curar, a menos que o médico todo-poderoso venha em meu auxílio.» Para esse médico todo-poderoso nada é incurável. Ele trata gratuitamente e com uma palavra devolve a saúde. Eu desesperaria de me curar se não confiasse no Todo-poderoso.


DIA 6 DE AGOSTO - TERÇA-FEIRA

TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR
(BRANCO, GLÓRIA, PREFÁCIO PRÓPRIO – OFÍCIO DA FESTA)

Antífona da entrada: O Espírito Santo apareceu na nuvem luminosa e a voz do Pai se fez ouvir: Este é o meu Filho amado, nele depositei todo o meu amor. Escutai-o (Mt 17,5).
Oração do dia
Ó Deus, que na gloriosa transfiguração de vosso Filho confirmastes os mistérios da fé pelo testemunho de Moisés e Elias e manifestastes, de modo admirável, a nossa glória de filhos adotivos, concedei aos vossos servos e servas ouvir a voz do nosso filho amado e compartilhar da sua herança. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Daniel 7,9-10.13-14)
Leitura da profecia de Daniel.
7 9 Continuei a olhar, até o momento em que foram colocados os tronos e um ancião chegou e se sentou. Brancas como a neve eram suas vestes, e tal como a pura lã era sua cabeleira; seu trono era feito de chamas, com rodas de fogo ardente.
10 Saído de diante dele, corria um rio de fogo. Milhares e milhares o serviam, dezenas de milhares o assistiam! O tribunal deu audiência e os livros foram abertos.
13 Olhando sempre a visão noturna, vi um ser, semelhante ao filho do homem, vir sobre as nuvens do céu: dirigiu-se para o lado do ancião, diante de quem foi conduzido.
14 A ele foram dados império, glória e realeza, e todos os povos, todas as nações e os povos de todas as línguas serviram-no. Seu domínio será eterno; nunca cessará e o seu reino jamais será destruído.
Palavra do Senhor.
Reflexão Pessoal – Daniel 7,9-10.13-14 – “o poder de Jesus é eterno ”   -

Jesus Cristo, o “filho de homem”, aparece aqui como figura central da visualização de Daniel que define para nós a Sua realeza e o poder de Salvador e Senhor de todas as nações, glorificado nos céus ao lado de Deus Pai.  Tronos, ancião de muitos dias, veste branca, cabelos como lã, chamas de fogo, rios de fogo significam para nós elementos que identificam a realeza, o poder e a beleza dos mistérios de Deus. De acordo com a visão narrada por Daniel nós podemos perceber a glória e a majestade de Deus diante das nações. A glória de Deus também se manifesta na nossa vida numa dimensão sobrenatural que transcende à nossa inteligência humana e o nosso raciocínio quando conseguimos nos desprender do que é temporal e nos apegamos ao que é eterno.  O reino dos céus acontece dentro do nosso coração. Olhando para dentro de nós mesmos (as) poderemos contemplar esses mistérios e experimentar desde já a visão beatífica do céu, onde Jesus é o Senhor que está sentado à direita do Pai e nos faz também permanecer Nele, participando da Sua glória.   Esta visão é interior e pode ser também vivida por nós, por meio do Espírito Santo que nos dá a percepção das coisas espirituais.    Refletir sobre este cenário é, de alguma forma, trazer o céu para a terra e já se alegrar com a visão feliz da eternidade, onde Cristo ressuscitado vive e reina para sempre.  – Você acredita que já participa da glória do céu, onde Jesus está assentado? – Que simbolismos têm para você estas figuras de que Daniel fala: ancião, trono, veste branca, chamas, fogo, tribunal, livros abertos, etc? – Reflita sobre isso! 
Salmo responsorial 96/97
Deus é rei, é o Altíssimo,
muito acima do universo.


Deus é rei! Exulte a terra de alegria,
e as ilhas numerosas rejubilem!
Treva e nuvem o rodeiam no seu trono,
que se apóia na justiça e no direito.

As montanhas se derretem como cera
ante a face do Senhor de toda a terra;
e assim proclama o céu sua justiça,
todos os povos podem ver a sua glória.

Porque vós sois o Altíssimo, Senhor,
muito acima do universo que criastes,
e de muito superais todos os deuses.
Salmo 96 – “Deus é rei, é o Altíssimo, muito acima do universo”

O salmista nos convida a exultar de alegria pela realeza do nosso Deus que tem poder sobre toda a terra. Deus é rei e é real! Esta é uma realidade que nós devemos a todo o momento acolher a fim de darmos a Ele o louvor e o reconhecimento, devidos. Ante a face do Senhor todos os povos se curvam e até as montanhas se derretem numa comprovação de que o Senhor, nosso Criador é o Rei Altíssimo.  Quando olhamos o mundo e as coisas criadas nós nos admiramos e, por isso, louvamos o Senhor, no entanto, Ele está muito acima de tudo isso e por muito mais deveríamos exaltá-Lo!      Ele se apoia na justiça e no direito, por isso, todos os povos podem ver a sua glória e ninguém é discriminado.
Evangelho (Marcos 9,2-10)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eis meu Filho muito amado, nele está meu bem-querer, escutai-o, todos vós! (Mt 17,5). 


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
9 2 Jesus tomou consigo a Pedro, Tiago e João, e conduziu-os a sós a um alto monte. E
3 transfigurou-se diante deles. Suas vestes tornaram-se resplandecentes e de uma brancura tal, que nenhum lavadeiro sobre a terra as pode fazer assim tão brancas.
4 Apareceram-lhes Elias e Moisés, e falavam com Jesus.
5 Pedro tomou a palavra: “Mestre, é bom para nós estarmos aqui; faremos três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”.
6 Com efeito, não sabia o que falava, porque estavam sobremaneira atemorizados.
7 Formou-se então uma nuvem que os encobriu com a sua sombra; e da nuvem veio uma voz: “Este é o meu Filho muito amado; ouvi-o”.
8 E olhando eles logo em derredor, já não viram ninguém, senão só a Jesus com eles.
9 Ao descerem do monte, proibiu-lhes Jesus que contassem a quem quer que fosse o que tinham visto, até que o Filho do homem houvesse ressurgido dos mortos.
10 E guardaram esta recomendação consigo, perguntando entre si o que significaria: “Ser ressuscitado dentre os mortos”.
Palavra da Salvação.
Evangelho Lucas 9, 28-36 – “a luz fulgurante de Jesus”

No quadro da transfiguração de Jesus a aparição de Moisés e Elias representa a Lei e os Profetas  que revelam o ministério de Cristo, escolhido do Pai para, pela Sua Morte e Ressurreição para salvar a humanidade inteira. Mergulhando no mistério da transfiguração percebemos também que a Trindade se manifesta plenamente: o Pai, na voz; o Filho, no homem; o Espírito, na nuvem clara. E Jesus revela Sua glória divina confirmando o que as Escrituras prenunciam.   Assim também acontece com cada um de nós que é convidado por Jesus a subir a montanha e, com Ele permanecer em oração. Mesmo que estejamos cansados (as) e sonolentos (as) quando nos abandonamos em oração meditando a Palavra, nós também podemos contemplar Jesus sob a luz do céu, ouvir a Voz do Pai e sentir a ação do Espírito Santo. Quando nos pomos a orar nós também conhecemos a glória de Deus por meio das moções e visualizações que nos são manifestadas pelo Espírito. Assim sendo, a intimidade com Jesus e o estar com Ele em oração, nos vão transfigurando e nos conformando à Sua pessoa fazendo com que experimentemos cada dia mais a Sua ação Redentora.  Com efeito, à medida que Cristo vive em nós, começamos a demonstrar na nossa vida diária, o caráter e a natureza do Cristo que habita em nós. A Sua luz fulgurante dentro de nós faz também com que sejamos transfigurados e possamos dar testemunho de que Ele é o Filho de Deus, escolhido para dar vida ao mundo. Daí, então, nós poderemos descer da montanha para enfrentar embaixo, no campo, as feras que nos atacam e investem contra nós a fim de nos fazer desistir. A nossa perseverança na oração é a arma que empunhamos para não cair na tentação. – Você tem subido a montanha para orar com Jesus? – Como tem sido essa experiência: você tem ouvido a voz do Pai e acolhido as moções do Espírito? – A Luz de Jesus tem também lhe transfigurado? – Você tem notado alguma transformação em você? – O que mudou? Reflita sobre isso!
Comentário ao Evangelho
É BOM ESTARMOS AQUI
Ao transfigurar-se, Jesus antecipou o que haveria de ser a ressurreição. Era importante para os discípulos fazer esta experiência, antes de se defrontarem com a paixão e a morte do Senhor. De fato, a conclusão da vida de Jesus, considerada com parâmetros puramente humanos, não passaria de um grande fracasso. E mais: a morte de cruz o colocaria no rol dos malditos. Não seria possível esperar que um crucificado pudesse trazer salvação para a humanidade, uma vez que a salvação nem a ele mesmo atingiu.
A transfiguração revelou a identidade profunda de Jesus. A alvura de suas vestes indicava a santidade que o envolvia. A presença de Moisés e Elias significava que o centro das Escrituras era Jesus, dado que representavam a Lei e os Profetas. A densa nuvem, própria das manifestações de Deus no Antigo Testamento, revestia a transfiguração de Jesus de um caráter de teofania. Não apenas teofania do Pai, que declarou ser Jesus seu Filho bem amado, ao qual se devia escutar, mas, também manifestação da divindade de Jesus, que veio do Pai, vivia unido a ele e para o Pai haveria de voltar.
Tendo provado um pouquinho do Céu, entende-se por que os discípulos queriam permanecer no monte da transfiguração de Jesus.
Agora já estavam preparados para o desafio de contemplar o Crucificado como Filho de Deus. Se era o Filho querido do Pai, não haveria de ser abandonado por ele.

OraçãoSenhor Jesus, que a contemplação de tua transfiguração me prepare para contemplar tua crucifixão, seguro de que és o Filho amado de Deus.

(O comentário litúrgico é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Sobre as oferendas
Santificai, ó Deus, as nossas oferendas pela gloriosa transfiguração do vosso Filho e purificai-nos das manchas do pecado no esplendor de sua luz. Por Cristo, nosso Senhor.
Prefácio próprio
Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças sempre e em todo lugar, Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso, por Cristo, Senhor nosso. Perante testemunhas escolhidas, Jesus manifestou sua glória e fez resplandecer seu corpo, igual ao nosso, para que os discípulos não se escandalizassem da cruz. Desse modo, como cabeça da Igreja, manifestou o esplendor que refulgiria em todos os cristãos. Unidos à multidão dos anjos e dos santos, celebramos a vossa glória, cantando (dizendo) a uma só voz...
Antífona da comunhão: Quando Cristo aparecer, seremos semelhantes a ele, pois o veremos como ele é (1Jo 3,2).
Depois da comunhão
Ó Deus, que o alimento celeste por nós recebido nos transforme na imagem de Cristo, cujo esplendor quisestes revelar na sua gloriosa transfiguração. Por Cristo, nosso Senhor.
Santo do Dia / Comemoração (TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR)
A festa da "Transfiguração do Senhor" acontece no mundo cristão desde o século V. Ela nos convida a dirigir o olhar para o rosto do Filho de Deus, como o fizeram os apóstolos Pedro, Tiago e João, que viram a Sua transfiguração no alto do monte Tabor, localizado no coração da Galiléia. O episódio bíblico é relatado distintamente pelos evangelistas Mateus, Marcos e Lucas.

Assim, segundo São Mateus 9,2-10, temos: "Jesus tomou consigo a Pedro, Tiago e João, e conduziu-os a sós a um alto monte. E transfigurou-se diante deles. Suas vestes tornaram-se resplandecentes e de uma brancura tal, que nenhum lavadeiro sobre a terra as poderia fazer assim tão brancas. Apareceram-lhes Elias e Moisés, e falavam com Jesus. Pedro tomou a palavra: "Mestre, é bom para nós estarmos aqui; faremos três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias". Com efeito, não sabia o que falava, porque estavam sobremaneira atemorizados. Formou-se então uma nuvem que os encobriu com a sua sombra; e da nuvem veio uma voz: "Este é o meu Filho muito amado; ouvi-O". E olhando eles logo em derredor, já não viram ninguém, senão só a Jesus com eles. Ao descerem do monte, proibiu-lhes Jesus que contassem a quem quer que fosse o que tinham visto, até que o Filho do homem houvesse ressurgido dos mortos. E guardaram esta recomendação consigo, perguntando entre si o que significaria: Ser ressuscitado dentre os mortos".

A intenção de Jesus era a de fortalecer a fé destes três apóstolos, para que suportassem o terrível desfecho de Sua paixão, antecipando-lhes o esplendor e glória da vida eterna. Também foi Pedro, que depois, recordando com emoção o evento, nos afirmou: "Fomos testemunhas oculares da Sua majestade" (2 Pd 1, 16).

O significado dessa festa é, e sempre será, o mesmo que Jesus pretendeu, naquele tempo, ao se transfigurar para os apóstolos no monte, ou seja, preparar os cristãos para que, em qualquer circunstância, permaneçam firmes na fé no Cristo. Melhor explicação, só através das inspiradas palavras do Papa João Paulo II, quando nesta solenidade em 2002, nos lembrou que: "O rosto de Cristo é um rosto de luz que rasga a obscuridade da morte: é anúncio e penhor da nossa glória, porque é o rosto do Crucificado Ressuscitado, o único Redentor da humanidade, que continua a resplandecer sobre nós (cf. Sl 67, 3)".

Somente em 1457, esta celebração se estendeu para toda a cristandade, por determinação do Papa Calisto III, que quis enaltecer a vitória, do ano anterior, das tropas cristãs sobre os turcos muçulmanos que ameaçavam a liberdade na Europa.



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