sexta-feira, 7 de dezembro de 2012


DIA 7 DE DEZEMBRO - SEXTA-FEIRA

I SEMANA DO ADVENTO *
SANTO AMBRÓSIO 
BISPO E DOUTOR

Antífona da entrada: Farei surgir um sacerdote fiel, que agirá segundo o meu coração e a minha vontade, diz o Senhor (1Sm 2,35).
Oração do dia
Ó Deus, que fizestes o bispo santo Ambrósio doutor da fé católica e exemplo de intrépido pastor, despertai na vossa Igreja homens segundo o vosso coração, que a governem com força e sabedoria. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Isaías 29,17-24)
Leitura do livro do profeta Isaías.
Assim fala o Senhor Deus: 29 17 "Acaso, dentro de mui pouco tempo, não será o Líbano convertido em vergel, e o vergel não passará por floresta?
18 Naquele tempo os surdos ouvirão as palavras de um livro; e, livres da obscuridade e das trevas, os olhos dos cegos verão.
19 Os humildes encontrarão cada vez mais ventura no Senhor e os homens mais pobres, graças ao Santo de Israel, estarão jubilosos.
20 Pois não haverá mais tiranos, já terá desaparecido o cético, e todos os que planejavam o mal serão exterminados;
21 os que, por uma palavra, acusam os outros; os que, à porta, procuram enganar o juiz e por um nada fazem o inocente perder sua causa".
22 Por isso eis o que disse o Senhor, o Deus da casa de Jacó, que resgatou Abraão: "Daqui em diante Jacó não será mais confundido, e seu rosto não mais empalidecerá,
23 porque, quando virem nele minha obra, bendirão o meu nome. Glorificarão o Santo de Jacó e temerão o Deus de Israel.
24 Os espíritos desencaminhados aprenderão sabedoria, e os que murmuravam receberão instrução".
Palavra do Senhor.

Reflexão Pessoal –  Isaías 29, 17-24 –“uma obra de conversão”

O profeta Isaías continua profetizando sobre o que irá acontecer dentro de um tempo previsto. Assim sendo ele prenuncia o que hoje já acontece conosco, isto é, a conversão do nosso interior.  A obra da nossa conversão é uma decorrência da nossa experiência com a salvação de Jesus vivo e ressuscitado. A transformação do nosso coração, o reconhecimento das maravilhas de Deus, a fraternidade nos nossos relacionamentos humanos, a alegria e o louvor são características desse tempo novo que Deus preparou para cada homem e para cada mulher. Por isso, a expressão,  “dentro de pouco tempo”, nos faz ter uma expectativa promissora  em relação à condição da nossa vida pessoal depois que  temos um encontro com Jesus.  Por isso, a esperança é a nossa maior arma e até “os homens de espírito inconstante conseguirão sabedoria e os maldizentes concordarão em aprender”.Isto tudo acontece quando nos rendemos ao chamado de Deus para reconhecermos Jesus como nosso único Salvador e encarnamos a Sua Palavra como uma fonte que nos alimenta perenemente e nos leva à conversão. A conversão do nosso coração é uma obra que Deus, pessoalmente, realiza, quando vivenciamos os Seus ensinamentos. O Senhor espera pelas nossas resoluções e pelo dia em que honraremos o Seu nome no meio do povo. No dia em que não mais seremos pessoas de espírito inconstante, mas concordarmos em aprender tudo o que Ele tem para nos ensinar. - Este dia já chegou para você, ou você ainda espera? O Senhor já começou a realizar em você uma obra de conversão? – Qual a sua expectativa desse dia chegar para as pessoas a quem você ama? Continue esperando. Ele virá, não tardará!
Salmo responsorial 26/27
O Senhor é minha luz e salvação.
O Senhor é minha luz e salvação;
de quem eu terei medo?
O Senhor é a proteção da minha vida;
perante quem eu tremerei?

Ao Senhor eu peço apenas uma coisa,
e é só isto que eu desejo:
habitar no santuário do Senhor
por toda a minha vida;
saborear a suavidade do Senhor
e contempla-lo no seu templo.

Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver
na terra dos viventes.
Espera no Senhor e tem coragem,
espera no Senhor!
Salmo 26 – “O Senhor é minha luz e salvação!”

Enquanto esperamos o Senhor chegar, nós precisamos nos sentir seguros e conscientes de que Ele já é a nossa luz e salvação. Não podemos temer os homens nem as circunstâncias que nos são adversas. Deus vem em nosso auxílio para atender ao desejo do nosso coração de habitar no Seu santuário por toda a nossa vida. E a morada de Deus conosco, enquanto aqui estamos, é o nosso coração que pulsa no ritmo do Seu coração e nos encoraja para assumir os encargos que Ele nos confiar.
Evangelho (Mateus 9,27-31)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eis que virá o nosso Deus com poder e majestade,
E ele há de iluminar os olhos dos seus servos!

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
9 27 Partindo Jesus dali, dois cegos o seguiram, gritando: "Filho de Davi, tem piedade de nós!"
28 Jesus entrou numa casa e os cegos aproximaram-se dele. Disse-lhes: "Credes que eu posso fazer isso?" "Sim, Senhor", responderam eles.
29 Então ele tocou-lhes nos olhos, dizendo: "Seja-vos feito segundo vossa fé".
30 No mesmo instante, os seus olhos se abriram. Recomendou-lhes Jesus em tom severo: "Vede que ninguém o saiba".
31 Mas apenas haviam saído, espalharam a sua fama por toda a região.
Palavra da Salvação.
Evangelho – Mateus 9, 27-31 – “ fé e convicção”

Nós também como os cegos que seguiam Jesus clamamos pela sua piedade, suplicamos e imploramos pela Sua assistência e pelo Seu socorro. Porém, ao contrário deles, muitas vezes não temos certeza do que pedimos e, nem mesmo acreditamos que Ele seja capaz de realizar o milagre que buscamos. Os cegos tinham consciência de sua cegueira e tinham plena confiança de que Jesus poderia realizar aquele milagre, e foi isso que aconteceu. Nós também precisamos ter consciência de que os “milagres” que precisam acontecer na nossa vida estão condicionados à convicção que tenhamos de que eles constituem para nós uma necessidade vital. Somente quando conscientemente nos damos conta das nossas carências, da nossa cegueira e da necessidade de “enxergar” as coisas, é que precisamos ir à procura d’Aquele que é capaz de realizar em nós muito mais do que esperamos. Precisamos ter convicção das nossas reais necessidades. A partir da nossa fidelidade e da nossa perseverança, da nossa firmeza de propósitos, Deus vai abrindo os nossos olhos e nos conscientizando de que tudo acontece a partir do desejo do nosso coração. Muitas vezes   perseguimos cura e libertação para nossas “cegueiras emocionais e espirituais” sem ter convicção de que realmente queremos nos desvencilhar dos nossos traumas de estimação. Vivemos fazendo testes nos momentos de oração diante do Santíssimo, no entanto, Jesus conhece de perto as nossas incoerências e a qualidade da nossa fé. Por isso, Ele também   pergunta a cada um de nós: “Vós acreditais que eu posso fazer isso,” que você deseja”?  Tudo poderá acontecer de  acordo com a nossa fé e da necessidade real das coisas que pedimos ao Pai. – Você tem perseverado nos pedidos que faz a Jesus? - Como está a sua fé em relação às coisas que você tem clamado ao Senhor?- Você sabe do que  está  precisando? Isto que você pede lhe é necessário?- Você precisa abrir os olhos para enxergar alguma coisa que não está vendo? – Há sinceridade no seu coração?
Comentário ao Evangelho
A CURA PELA FÉA cura dos cegos pode ser considerada sob dois aspectos. No aspecto físico, a recuperação da vista representou para eles o descortinar de uma perspectiva nova de existência, para além da exclusão e do estigma social de serem tidos como punidos por Deus por causa de pecados próprios ou alheios. Realizar isto já seria um gesto espetacular de Jesus. Entretanto, aconteceu, também, uma outra transformação na vida daqueles homens: a cura da cegueira espiritual. Esta libertação possibilitou-lhes reconhecer Jesus como o Filho de Davi, ou seja, o Messias esperado, e os levou a recorrer a ele na certeza de serem curados. O pedido desses dois cegos foi aceito, porque acreditaram em Jesus e em seu poder.
Só é possível reconhecer o Senhor, na medida em que a cegueira é superada. Isto acontece quando o discípulo recorre ao Mestre e, uma vez curado da cegueira espiritual, torna-se capaz de perceber sua condição messiânica, sem se deter nas aparências exteriores. Ademais, consegue confessá-lo como a presença da misericórdia divina na história humana e a concretização da esperança do povo.
Como os dois cegos, o discípulo deve sempre suplicar ao Senhor para ser curado de sua cegueira espiritual.

Oração
Senhor Jesus, liberta-me da cegueira que me impede de recorrer a ti como a presença da misericórdia de Deus em minha vida.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
Sobre as oferendas
Ó Deus, ao celebramos esta eucaristia, fazei que o Espírito Santo acenda em nós a mesma fé que iluminava santo Ambrósio ao proclamar a vossa glória. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: Eu vim para que tenham a vida, e a tenham cada vez mais, diz o Senhor (Jo 10,10).
Depois da comunhão
Ó Deus, que nos reconfortastes com este sacramento, fazei-nos progredir pelos ensinamentos de santo Ambrósio, para que, percorrendo corajosamente vossos caminhos, nos preparemos para o eterno convívio. Por Cristo, nosso Senhor.


MISSA VOTIVA

SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS
BRANCO – MISSAL, PÁG. 382

Oração do dia: Senhor Deus, revesti-nos das virtudes do coração de vosso Filho e inflamai-nos com seu amor, para que, assemelhando-nos a ele, possamos participar da redenção eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Sobre as oferendas: Ó Deus, Pai de misericórdia, que na vossa imensa caridade nos destes o vosso Filho único, fazei que, formando com ele um só corpo, possamos oferecer-vos um culto digno de vós. Por Cristo, nosso Senhor.
Depois da comunhão: Tendo participado do vosso sacramento de amor, imploramos, ó Deus, que, conformados a Cristo na terra, nos associemos no céu à sua glória. Por Cristo, nosso Senhor.
Santo do Dia / Comemoração (SANTO AMBRÓSIO):
Conselheiro e pai espiritual de três imperadores romanos, Graciano, Valentiniano II e Teodósio I, Ambrósio é o símbolo da Igreja nascente, após os sofridos anos de perseguições e vida escondida. Foi graças à sua atuação que a Igreja de Roma conseguiu tratar com o poder público sem servilismo. Tanto que Ambrósio chegou a repreender asperamente o imperador Teodósio I, obrigando-o a fazer uma penitência pública por ter massacrado a população da Tessalônica para conter uma revolta. A sua figura representa o ideal de bispo pastor, que se deve impor como símbolo de liberdade e de pacificação para o Povo de Deus. Nasceu em Trèves, atual Alemanha, por volta do ano 339. Era de família cristã: seu pai era alto funcionário do Império Romano, governador de uma província do outro lado dos Alpes, no norte da Itália. Quando o pai morreu, a família foi para Roma, onde Ambrosio estudou direito, retórica e iniciou sua carreira jurídica. Certa vez, estava em Milão quando o bispo morreu. Bom jurista e funcionário imperial, procurou evitar um conflito nas novas eleições eclesiásticas com um discurso firme e muito sensato. Foi tão sereno e equilibrado que, ao final, a assembléia o aclamou o novo bispo de Milão. Muito surpreso, recusou, dizendo que essa não era a sua intenção, até porque era um pecador, e não era ainda batizado, ainda se preparava para esse sacramento. Mas não adiantou. Logo foi batizado e consagrado. Desde então, dedicou-se com afinco ao estudo das Sagradas Escrituras. Não era intelectual, mas suas obras litúrgicas, comentários sobre as Escrituras e tratados ascético-morais o fizeram especialista da doutrina cristã e da arte de administrar a comunidade cristã a ele confiada. A marca do seu apostolado foi impressa pela importância que deu aos valores da virgindade de Maria e dos mártires de Cristo. Considerado o pai da liturgia ambrosiana, recebeu com mérito o título de doutor da Igreja. Os livros de sua autoria que chegaram até nós são, quase todos, a reprodução de suas pregações e sermões. Agostinho, convertido por ele e um dos seus ouvintes freqüentes, conta que o prestígio dos sermões do bispo Ambrósio de Milão era enorme, graças ao eficaz tom de voz e sua eloqüência com a escolha das palavras. Por isso foi chamado de "o apóstolo da amizade". Morreu em Milão, em 4 de abril de 397, uma Sexta-Feira Santa. Santo Ambrósio é venerado no dia 7 de dezembro, data em que, no ano 374, foi aclamado pela população bispo de Milão.






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