quinta-feira, 2 de agosto de 2012

DIA 2 DE AGOSTO - QUINTA-FEIRA

XVII SEMANA DO TEMPO COMUM *
(VERDE – OFÍCIO DO DIA)

Antífona da entrada: Deus habita em seu templo santo, reúne seus filhos em sua casa; é ele que dá força e poder a seu povo (Sl 67,6s.36)
Oração do dia
Ó Deus, sois o amparo dos que em vós esperam e, sem vosso auxílio, ninguém é forte, ninguém é santo; redobrai de amor para conosco, para que, conduzidos por vós, usemos de tal modo os bens que passam, que possamos abraçar os que não passam. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Jeremias 18,1-6)
Leitura da profecia de Jeremias.
18 1 Foi dirigida a Jeremias a palavra do Senhor nestes termos:
2 “Vai e desce à casa do oleiro, e ali te farei ouvir minha palavra”.
3 Desci, então, à casa do oleiro, e o encontrei ocupado a trabalhar no torno.
4 Quando o vaso que estava a modelar não lhe saía bem, como sói acontecer nos trabalhos de cerâmica, punha-se a trabalhar em outro à sua maneira.
5 Foi esta, então, a linguagem do Senhor: “casa de Israel, não poderei fazer de vós o que faz esse oleiro?” - oráculo do Senhor.
6 “O que é a argila em suas mãos, assim sois vós nas minhas, Casa de Israel”.
Palavra do Senhor.

Reflexão Pessoal– Jeremias 18, 1-6 – “na casa do Oleiro”
Assim como se dirigiu a Jeremias e o mandou à casa do oleiro, o Senhor também nos manda levantar e nos dirigir à Sua casa, para nos falar. Deus quer trabalhar em nós e realizar em nós a obra que nos foi predestinada desde a eternidade. Portanto, como o oleiro toma o barro em suas mãos para fazer um vaso “conforme melhor lhe parecer aos olhos”, Deus também quer fazer conosco. Por isso, Ele nos convida a nos deixamos ficar em Suas mãos! Ele quer nos instruir, nos orientar, para nos remodelar. O barro é, nesse caso, a nossa vida, nossa essência, nossas experiências, nossa maneira de pensar e agir, enfim, nossas características. Deus não joga fora o barro que somos, mas nos transforma e nos modela na forma que for mais bela aos Seus olhos. O modelo, só Ele é quem tem e não nos compete escolher o melhor modo de sermos. Ele é o Oleiro, nós apenas o barro. Mesmo que estejamos nos sentindo defeituosos (as), trincados (as) ou mesmo quebrados (as), precisamos manter firme a esperança de que o Oleiro tem o poder para nos restaurar e nos transformar em um vaso novo. – Você tem ido à casa do Oleiro? – O que seria para você entregar-se “nas mãos do oleiro”? – Como está  o barro que você oferece ao Senhor para modelar?
Salmo responsorial 146/145
Feliz quem se apóia no Deus de Jacó! 
Bendize, minha alma, ao Senhor!
Bendize, minha alma, ao Senhor!
Bendirei ao Senhor toda a vida,
Cantarei ao meu Deus sem cessar!

Não ponhais vossa fé nos que mandam,
Não há homem que possa salvar.
Ao faltar-lhe o respiro, ele volta
Para a terra de onde saiu;
Nesses dia seus planos perecem.

É feliz todo homem que busca
Seu auxílio no Deus de Jacó
E que põe no Senhor a esperança.
O Senhor fez o céu e a terra,
fez o mar e o que neles existe.
Salmo 145 – “Feliz quem se apoia no Deus de Jacó!”

O Salmo 145 nos convence:  “É feliz todo homem que busca seu auxílio no Deus de Jacó e que põe no Senhor a sua esperança”! Daí, podemos dimensionar o tamanho da nossa felicidade. Estamos colocando a nossa esperança em Deus ou estamos esperando mais das pessoas ao nosso redor, nos governantes? A quem estamos entregando a nossa vida, o nosso sustento? Para quem nós trabalhamos?
Evangelho (Mateus 13,47-53)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Abre-nos, ó Senhor, o coração, para ouvirmos a palavra de Jesus! (At 16,14)


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
13 47 “O Reino dos céus é semelhante ainda a uma rede que, jogada ao mar, recolhe peixes de toda espécie.
48 Quando está repleta, os pescadores puxam-na para a praia, sentam-se e separam nos cestos o que é bom e jogam fora o que não presta.
49 Assim será no fim do mundo: os anjos virão separar os maus do meio dos justos
50 e os arrojarão na fornalha, onde haverá choro e ranger de dentes.
51 Compreendestes tudo isto? Sim, Senhor, responderam eles.
52 Por isso, todo escriba instruído nas coisas do Reino dos céus é comparado a um pai de família que tira de seu tesouro coisas novas e velhas”.
53 Após ter exposto as parábolas, Jesus partiu.
Palavra da Salvação.
Evangelho Mateus 13, 47-53 – “Dentro de nós há o velho e o novo, o bom e o ruim.”

Jesus compara o reino de Deus, a uma rede jogada ao mar que apanha peixes de todo tipo ou como um pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e velhas. Em todas as duas situações nós percebemos que as coisas boas e novas se confundem com as coisas más e velhas e só um perito espiritual poderá nos ajudar a fazer o discernimento. O reino de Deus acontece no interior do nosso coração. Dentro de nós há o velho e o novo, o bom e o ruim. A “cirurgia plástica” da nossa alma só quem pode realiza-la é o Espírito Santo que perscruta o âmago do nosso ser e sabe avaliar o que se passa dentro de nós.  Somente Deus Pai que é o Oleiro é quem poderá nos ajudar pelo poder do Seu Espírito a nos despojar de tudo que nos é inútil e está apodrecendo dentro de nós. Só Ele tem o poder de fazer valer em nós, os sentimentos que são oriundos do Seu coração e nos trazem a felicidade, a concórdia e o amor. Por isso, a busca do reino de Deus requer de nós paciência e esmero a fim de que, gradualmente, nós possamos deixar com que o Senhor nos transforme no modelo que Ele projetou para nós.  Precisamos, então, ter consciência de que antes que chegue o fim dos tempos nós poderemos nos deixar esclarecer pelo Espírito que há em nós.    – Você tem buscado o auxílio de Deus para suas dificuldades? – Você percebe as coisas boas e más que estão dentro do seu coração? – Você acha que Deus tem poder para transformar você num vaso novo? – Ore, cantando a melodia do Vaso novo: Eu quero ser Jesus amado, como um barro nas mãos do oleiro, rompe-me a vida  faz-me de novo, eu quero ser (2x) um vaso novo.
Comentário ao Evangelho
A SEPARAÇÃO FINAL 
Diante da pregação de Jesus, a comunidade dos discípulos pensou ser conveniente separar, o mais cedo possível, a humanidade em dois blocos. De um lado, estariam os bons, que se deixaram tocar pelo Reino e aderiram a ele com fidelidade. De outro, estariam os maus, os que foram insensíveis aos apelos do Reino e preferiram aderir à injustiça e toda sorte de maldade. Esta divisão nítida, no pensar deles, lhes daria segurança. Afinal, não haveria dúvida sobre o lugar onde se encontravam o bem e o mal. A mistura acarretaria sérios perigos para os bons.
Ao contar a parábola da rede, Jesus mostrou-se contrário a esta mentalidade. Como a rede recolhe peixes de toda espécie, o mesmo se passa com o Reino. Gente de toda categoria e com as mais variadas intenções se fazem discípulas dele. Por ora, não é conveniente estabelecer uma separação entre elas. A ninguém é dado este poder. Ele é da competência de Jesus: só a ele cabe julgar as pessoas e separá-las segundo seu comportamento. Mas isto será feito apenas no fim do mundo. Até lá, os que se consideram bons e são impacientes com os demais, devem provar que o são, de fato. Uma maneira de prová-lo é ser paciente com quem é fraco na fé e ajudá-lo a descobrir o caminho da fidelidade a Jesus e ao Reino. A intransigência já é uma forma de maldade e poderá resultar em dano para o discípulo, quando se defrontar com o Senhor.

OraçãoSenhor Jesus, livra-me da tentação de arvorar-me em juiz do meu próximo e faze-me ajudar os fracos na fé a descobrirem o caminho do Reino.

(O comentário litúrgico é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)

Sobre as oferendas
Acolhei, ó Pai, os dons que recebemos da vossa bondade e trazemos a este altar. Fazei que estes sagrados mistérios, pela força da vossa graça, nos santifiquem na vida presente e nos conduzam à eterna alegria. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: Bendize, ó minha alma, ao Senhor, não esqueças nenhum de seus favores! (Sl 102,2)
Depois da comunhão
Recebemos, ó Deus, este sacramento, memorial permanente da paixão do vosso filho; fazei que o dom da vossa inefável caridade possa servir à nossa salvação. Por Cristo, nosso Senhor.



MEMÓRIA FACULTATIVA

SANTO EUSÉBIO DE VERCELLI
(BRANCO – OFÍCIO DA MEMÓRIA)

Oração do dia: Fazei-nos, Senhor nosso Deus, proclamar a divindade de Cristo imitando a firmeza do bispo santo Eusébio, para que, perseverando na fé que ele ensinou, possamos participar da vida do vosso filho. Que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.
Sobre as oferendas: Olhai com bondade, ó Deus, o sacrifício que vamos oferecer em vosso altar na festa de santo Eusébio, para que, alcançando-nos o perdão, glorifique o vosso nome. Por Cristo, nosso Senhor.
Depois da comunhão: Alimentados pela eucaristia, nós vos pedimos, ó Deus, que, seguindo o exemplo de santo Eusébio, procuremos proclamar a fé que abraçou e praticar a doutrina que ensinou. Por Cristo, nosso Senhor.
Santo do Dia / Comemoração (SANTO EUSÉBIO DE VERCELLI):
Eusébio nasceu na ilha da Sardenha, no ano 283. Depois da morte do seu pai, em testemunho da fé em Cristo, durante a perseguição do imperador Diocleciano, sua mãe levou-o para completar os estudos eclesiásticos em Roma. Assim, muito jovem, Eusébio entrou para o clero, sendo ordenado sacerdote. Aos poucos, foi ganhando a admiração do povo cristão e do papa Júlio I, que o consagrou bispo da diocese de Vercelli em 345. Nessa condição, participou do Concílio de Milão em 355, no qual os bispos adeptos da doutrina ariana tentaram forçá-lo a votar pela condenação do bispo de Alexandria, santo Atanásio. Eusébio, além de discordar do arianismo considerou a votação uma covardia, pois Atanásio, sempre um fiel guardião da verdadeira doutrina católica, estava ausente e não podia defender-se. Como ficou contra a condenação, ele e outros bispos foram condenados ao exílio na Palestina. Porém isso não o livrou da perseguição dos hereges arianos, que infestavam a cidade. Ao contrário, sofreu muito nas mãos deles. Como não mudava de posição e enfrentava os desafetos com resignação e humildade, acabou preso, tendo sido cortada qualquer forma de comunicação sua com os demais católicos. Na prisão, sofreu ainda vários castigos físicos. Contam os escritos que passou, também, por um terrível suplício psicológico. Quando o povo cristão tomou conhecimento do fato, ergueu-se a seu favor. Foram tantos e tão veementes os protestos que os hereges permitiram sua libertação. Contudo o exílio continuou e ele foi mandado para a Capadócia, na Turquia e, de lá, para o deserto de Tebaida, no Egito, onde foi obrigado a permanecer até a morte do então imperador Constantino, a quem sucedeu Juliano, o Apóstata, que deu a liberdade a todos os bispos presos e permitiu que retomassem as suas dioceses. Depois do exílio de seis anos, Eusébio foi o primeiro a participar do Concílio de Alexandria, organizado pelo amigo, santo Atanásio. Só então passou a evangelizar, dirigindo-se, primeiro, a Antioquia e, depois, à Ilíria, onde os arianos, com sua doutrina, continuavam confundindo o povo católico. Batalhou muito combatendo todos eles. Mais tarde, foi para a Itália, sendo recepcionado com verdadeira aclamação popular. Em seguida, na companhia de santo Hilário, bispo de Poitiers, iniciou um exaustivo trabalho pela unificação da Igreja católica na Gália, atual França. Somente quando os objetivos estavam em vias de serem alcançados é que ele voltou à sua diocese em Vercelli, onde faleceu no dia 1o. de agosto de 371. Apesar de ser considerado mártir pela Igreja, na verdade santo Eusébio de Vercelli não morreu em testemunho da fé, como havia ocorrido com seu pai. Mas foram tantos os seus sofrimentos no trabalho de difusão e defesa do cristianismo, passando por exílios e torturas, que recebeu esse título da Igreja, cujo mérito jamais foi contestado. Com a reforma do calendário litúrgico de Roma, de 1969, sua festa foi marcada para o dia 2 de agosto. Nesta data, as suas relíquias são veneradas na catedral de Vercelli, onde foram sepultadas e permanecem até os nossos dias.




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